Painel da B3: Ibovespa opera em alta, com decisões da Super Quarta no radar (Germano Lüders/Exame)
Repórter de Invest
Publicado em 20 de setembro de 2023 às 10h36.
Última atualização em 20 de setembro de 2023 às 17h32.
O Ibovespa desta quarta-feira, 20, fechou em alta. No dia da chamada Super Quarta, investidores precisaram lidar com as expectativas em relação às decisões monetárias nos Estados Unidos e no Brasil.
“O mercado tinha dúvidas a respeito do que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) iria fazer, embora a maioria das apostas fossem de manutenção da taxa de juros”, comenta Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest.
Por volta das 15h (horário de Brasília), o Fomc, comitê do Fed responsável por decidir a taxa de juros nos EUA, manteve a taxa inalterada. Assim, os juros americanos continuaram no intervalo entre 5,25% e 5,5% ao ano, sendo o maior patamar desde 2001.
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"No comunicado em si, as alterações foram mínimas. No entanto, a autoridade deixou a porta aberta para novas elevações, sendo de fato bem menos taxativo do que o European Central Bank (ECB) sobre a interrupção do ciclo de altas dos juros", pontua Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.
No Brasil, cujo comunicado do Banco Central será divulgado após o fechamento do mercado, as perspectivas são estáveis: o consenso de mercado é de que a taxa básica de juros brasileira recue.
“A curva futura da B3 mostra 95% apostando no corte de 0,50 pontos percentuais, passando a Selic de 13,25 para 12,75%”, frisa Marcio Riauba, gerente da Mesa de Operações da StoneX.
IBOV: +0,72%, aos 118.695 pontos.
Já Lucas Almeida, sócio da AVG Capital, destaca que o mercado aguarda pela sinalização de cortes de mesma magnitude nas próximas reuniões. Embora a desinflação seja um fator positivo, ele aponta que as incertezas fiscais e a resiliência da atividade econômica ainda justificam a cautela.
“Hoje saiu o dado do IGP-M, que subiu 0,34%, fortalecendo a expectativa que talvez uma aceleração mais forte da queda dos juros só venha em 2024”, afirma.
Entre as commodities, o dia foi de baixa para o petróleo. Nesta quarta, o Brent caiu 1,17% e o WTI, 1,19%. A queda da matéria-prima afetou a PetroRecôncavo (RECV3) e a 3R Petroleum (RRRP3), que caíram -2,38% e -0,22%, respectivamente.
Apesar disso, as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4) se mantiveram no azul, somando 0,13% e 0,23%. Já a Prio (PRIO3) manteve-se estável.
O dólar hoje fechou em alta. Nesta Super Quarta, a moeda americana subiu 0,15% a R$ 4,880, com mercado voltado para decisões do Fed e Bacen. Na última terça, o dólar fechou em alta de 0,35%, cotado a R$ 4,872.
Na ponta positiva do índice Bovespa, destaque para as empresas ligadas à aviação e turismo, como é o caso da Azul (AZUL4), Gol (GOLL4) e CVC (CVCB3).
“As aéreas subiram devido à elevação das recomendações da Goldman Sachs, que destacou uma perspectiva positiva para a Azul, mencionando uma assimetria positiva entre a expansão do Ebitda em 2024 e uma avaliação considerada atrativa”, explica o sócio da AVG Capital.
Já na lanterna da bolsa, a maior queda do dia foi do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3). Isso porque o Bank of America (BofA) cortou significativamente o preço-alvo da empresa, apontando preocupações com os custos elevados, perda de escala e a pressão da concorrência.
Principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3, o Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média do desempenho dessa carteira teórica de ativos, cada uma com seu peso na composição do índice.
Funcionando como um termômetro do desempenho consolidado das principais ações para o mercado, cada ponto do Ibovespa equivale a 1 real. Por isso, se o IBOV está em 100.000 pontos, isso quer dizer que o preço da carteira teórica das ações mais negociadas é de 100.000 reais.
O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h30. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.