Painel de cotações (Nilton Fukuda / Agência Basil/Agência Brasil)
Repórter de Invest
Publicado em 19 de janeiro de 2024 às 10h33.
Última atualização em 19 de janeiro de 2024 às 18h20.
O Ibovespa desta sexta-feira, 19, operou com forte volatilidade, mas conseguiu fechar com ganhos. Ainda assim, na semana o índice acumula queda de 2,53%, maior recuo desde março do ano passado, quando a baixa semanal foi de 3,09%. Por aqui, a sessão começou com dados do IBC-Br, que vieram ligeiramente melhores do que o esperado. Ao longo do dia, os investidores acompanharam novos pronunciamentos de dirigentes de bancos centrais.
Antes da abertura do mercado, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) — a "prévia do PIB" — mostrou uma alta de 0,01% em novembro. O resultado ficou um pouco acima das projeções, que eram de estabilidade no indicador. Em outubro, o dado foi atualizado e apontou para uma queda de 0,18%.
Mas o que de fato fez preço na bolsa brasileira foi a repercussão das declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que sinalizou que a equipe econômica vai insistir na reoneração gradual da folha de pagamentos. Ele ainda comparou a estratégia da pasta ao que foi aprovado na Reforma Tributária sobre consumo, em que benefícios tributários são extintos ao longo do tempo.
IBOV: +0,25%, aos 127.636 pontos.
"A reforma tributária, que não tratou da questão da renda do trabalho e capital, só do imposto sobre consumo, tem procedimento que deveria ser adotado em casos semelhantes. Foram R$ 150 bilhões investidos em desoneração que não renderam emprego e aumento de salário a ninguém", afirmou Haddad. O ministro ainda afirmou que o presidente da Câmara, Arthur Lira, deve se reunir com os líderes da Casa na semana do dia 29.
O que também refletiu no Ibovespa hoje foram as declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de Chicago, Austan Goolsbee, em entrevista à CNBC, que reconheceu os progressos no combate à inflação nos Estados Unidos. No entanto, ele preferiu evitar se comprometer com uma trajetória pré-estabelecida para os juros americanos.
Fernando Ferrer, analista de Investimentos na Empiricus, explica que os investidores seguem buscando pistas sobre o corte de juros nos Estados Unidos, após dados fortes das últimas semanas reduzirem as apostas para a flexibilização. “A expectativa de corte em março, que chegou a 90%, agora está a menos de 50%. Ou seja, metade dos investidores já descartam essa possibilidade, fato que faz os yields de dez anos ganharem um pouco de espaço.”
Mas o que fez a bolsa brasileira operar no vermelho durante a maior parte do pregão foram as commodities — que derrubaram as blue chips. O barril do Brent para março caiu 0,68% nesta sexta-feira, cotado a US% 78,56. Isso levou à queda das companhias do setor, com destaque para a Petrobras (PETR4), que encerrou o dia com baixa de 0,53%.
Outro ativo de peso a cair no Ibovespa hoje foi a Vale (VALE3), em 1,30%. O minério de ferro terminou a semana praticamente no zero a zero. Apesar de subir 2,63% na bolsa de Dalian, na China, a tonelada da commodity encerrou a semana abaixo de US$ 130.
O dólar fechou em queda nesta sexta-feira. Hoje, a moeda americana caiu 0,08%, a R$ 4,927. Na quinta-feira, o dólar fechou em alta de 0,02%, cotado a R$ 4,931.
Principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3, o Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média do desempenho dessa carteira teórica de ativos, cada uma com seu peso na composição do índice.
Funcionando como um termômetro do desempenho consolidado das principais ações para o mercado, cada ponto do Ibovespa equivale a 1 real. Por isso, se o IBOV está em 100.000 pontos, isso quer dizer que o preço da carteira teórica das ações mais negociadas é de 100.000 reais.
O horário de negociação na B3 vai das 10h às 18h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 18h25 e 18h45. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.