Ibovespa: bolsa sobe de olho em China (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 18 de outubro de 2024 às 10h38.
Última atualização em 18 de outubro de 2024 às 17h40.
A China vem ditando o humor da bolsa brasileira há algumas semanas: ontem, após o mercado não receber muito bem o anúncio de uma medida para o crédito imobiliário, todas os ativos abriram no negativo; hoje, o movimento chegou a se inverter, com quase todos os ativos abrindo em alta, com os dados mais otimistas do Produto Interno Bruto (PIB) chinês.
Entretanto, ao longo da sessão, a Vale (VALE3) e siderúrgicas que estavam sendo beneficiadas pelos números mais robustos da atividade econômica da China, perderam fôlego. Soma-se a isso a queda de Petrobras (PETR4), que recuou na esteira da desvalorização de mais de 1% do petróleo no exterior. O resultado foi o Ibovespa fechando em queda de 0,22%, a 130.499 pontos.
Os mercados globais estão preocupados sobre a fraca demanda da China, que é o principal país consumidor de minério de ferro, e o segundo maior de petróleo, entre outras commodities. Com uma aversão ao risco generalizada, países emergentes, como o Brasil, são penalizados. O cenário piora já que a China é o principal parceiro comercial do Brasil.
Desde o fim do mês passado, Pequim vem anunciando uma série de medidas para incentivar o crescimento, driblar a deflação e mitigar os efeitos da crise imobiliária. A meta de crescimento do governo para este ano é de 5%. Uma pesquisa da Reuters indicou que a economia da China deve crescer 4,8% neste ano e 4,5% em 2025.
Hoje, o Banco do Povo da China (PBoC, banco central chinês) anunciou uma linha de crédito especializada para ajudar empresas e acionistas a recomprar ações. Os empréstimos, que só poderão ser concedidos por 21 instituições financeiras designadas, terão taxa de juro máxima de 2,25%.
Ontem, o ministro da Habitação, Ni Hong, anunciou um aumento no programa de crédito habitacional ‘lista branca’ para 4 trilhões de yuans (US$ 562 bilhões) até o fim do ano, cujo objetivo é injetar liquidez e estabilizar o setor imobiliário. Além disso, o governo também quer reformar 1 milhão de residências.
Entretanto, o mercado pareceu não receber bem os novos estímulos de quinta-feira, 17, e as bolsas fecharam em queda.
Já nesta sexta-feira, após dados do PIB mostrarem que a economia chinesa cresceu 4,6% no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2023, as bolsas asiáticas subiram, com o Xangai Composto avançando 2,91%. Em Hong Kong, o Hang Seng avançou 3,61%.
O dado do PIB se soma aos números melhores da produção industrial e vendas do varejo. A produção industrial da China avançou 5,4% em setembro, ante igual mês do ano passado, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas do país (NBS, na sigla em inglês). O consenso da FactSet previa um aumento de 4,6%.
Já as vendas no varejo chinês avançaram 3,2% na comparação anual de setembro, enquanto o consenso da FactSet era de aumento de 2,4%. Os investimentos em ativos fixos, por sua vez, tiveram expansão anual de 3,4% entre janeiro e setembro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023.
Em um primeiro momento, os números melhores impactaram positivamente a Vale (VALE3), que abriu em alta de mais de 1%, o que também puxou a bolsa para cima no começo da sessão. Entretanto, a mineradora devolveu os ganhos por volta das 12h.
O dólar comercial fechou em alta de 0,68%, cotado a R$ 5,698. Na última sessão, a moeda havia subido 0,08%, sendo negociada a R$ 5,660.
O Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média ponderada de uma carteira teórica de ativos. Cada ativo tem um peso na composição do índice, refletindo o desempenho das ações mais negociadas. Se o índice está em 100 mil pontos, o valor da carteira teórica é de R$ 100 mil.
Até o dia 1º de novembro (sexta-feira), o horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, e o after market entre 17h30 e 18h. As negociações com o Ibovespa futuro acontecem das 9h às 18h25.
Já a partir do dia 4 de novembro (segunda-feira), o fechamento da bolsa ocorrerá uma hora mais tarde. As negociações serão das 10h às 18h, seguindo o horário de verão dos Estados Unidos, com o after market operando das 18h25 às 18h45. O horário da pré-abertura e do início seguem iguais.