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Ibovespa esbarra nos 125 mil e sobe 3,5% na semana

Petrobras garantiu alta do índice nesta sexta; esperança por antecipação do início do ciclo de corte de juros nos EUA traz otimismo global

Painel de cotações da B3 (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Painel de cotações da B3 (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Publicado em 17 de novembro de 2023 às 10h20.

Última atualização em 17 de novembro de 2023 às 20h34.

O Ibovespa fechou esta sexta-feira, 17, com uma leve alta de 0,11% aos 124.773 pontos, dando continuidade ao movimento positivo desta semana. Com o tom positivo, o principal índice da B3 chegou a superar os 125 mil pontos, mas recuou perto do fechamento. Foi a primeira vez que o Ibovespa alcançou a pontuação desde julho de 2021.

No acumulado dos últimos cinco dias, o Ibovespa subiu 3,49%, em sua quarta semana consecutiva no azul. A melhora da perspectiva fiscal, com governo reafirmando o compromisso em tentar zerar o déficit primário, e expectativa de que os juros caiam mais cedo nos Estados Unidos contribuíram com bom humor.

"O Ibovespa encostou nos 125 mil pontos, acumulado alta ao redor de 14% em 2023, algo que talvez fosse improvável há poucas semanas. O otimismo predominante parece converter as más notícias em boas perspectivas, com os indicadores econômicos fracos interpretados como drivers para atuações mais dovish dos bancos centrais, que se traduziriam em queda dos juros", comentou Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos,

Por aqui, investidores também repercutiram o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de setembro, divulgado nesta manhã. O indicador, encarado como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), revelou uma contração de 0,06% ante consenso de 0,2% de alta. "A leitura do IBC-Br corrobora com nosso cenário de desaceleração a partir do terceiro trimestre deste ano. Para o PIB, esperamos leve queda de 0,2% no terceiro trimestre", escreveu em relatório Alexandre Espirito Santo, economista-chefe da Órama.

Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, acrescenta que, em sua visão, o IBC-Br demostra uma melhora da perspectiva sobre a inflação no Brasil, o que anima o mercado de ações e principalmente o mercado de juros futuros, que cai em toda a extensão da curva. "O setor de serviços vinha apresentando resiliência ainda e foi um dos ‘últimos’ a apresentar recuo. Se isso continuar, dá mais munição para o BC cortar juros de forma mais acelerada no próximo ano."

Ibovespa hoje

IBOV: +0,11%, aos 124.773 pontos.

Mercado internacional

As principais bolsas de valores subiram no exterior e fecharam em alta a semana marcada por dados abaixo do esperado para a inflação americana. As surpresas positivas ficaram com os Índices de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) e ao Produtor (PPI, na sigla em inglês), que aliviaram as pressões para novas altas de juros e levaram investidores a anteciparem as apostas para o início dos cortes. O cenário mais provável precificado nas curvas de juros indica o começo dos cortes a partir da decisão do Federal Reserve de 1 de maio.

Petrobras impulsiona bolsa

Petrobras (PETR3; PETR4) foi a grande impulsionadora da bolsa no pregão desta sexta. Os papéis ordinários da petroleira subiram 4,22%, enquanto as ações preferenciais valorizaram 3,26%. Para Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, o movimento é derivado de uma recuperação no preço do petróleo. O Brent encerrou o dia com alta de 4,12%, a US$ 80,61 o barril, enquanto o WTI valorizou 4,06% a US$ 76,06 o barril. Além de impulsionar a Petrobras, a recuperação dos preços do petróleo também puxou parte das petroleiras brasileiras na sessão de hoje, colocando PetroRecôncavo (RECV3) como a segunda maior alta do dia.

O analista explica que, ao longo da semana, as preocupações quanto à demanda global do óleo, sobretudo dos Estados Unidos e da China - que demonstraram crescimento econômico mais fraco - impulsionaram a queda do petróleo do tipo Brent, que ficou abaixo dos US$ 80 nos últimos dias. Contudo, nesta sexta-feira, houve esta correção, com o mercado que pode estar de olho na próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) no dia 26 de novembro, em que há ruídos sobre eventuais cortes.

“Se a gente for somar tanto os cortes oficiais que foram feitos pela Opep, como os cortes voluntários de Arábia Saudita e Rússia, chegamos em torno de um corte de 5 milhões de barris por dia. Só a Arábia Saudita e a Rússia nos cortes voluntários têm quase 1,5 bilhões dessa conta. Logo, do ponto de vista da oferta, estamos falando que 5% da oferta global já está fora de jogo. É possível que isso seja visto de novo, se não nessa próxima reunião, nas próximas”, comenta o Arbetman.

Maiores altas do Ibovespa

  • Petrobras (PETR3): + 4,22%
  • PetroRecôncavo (RECV3): + 3,37%
  • Petrobras (PETR4): + 3,26%

Maiores quedas do Ibovespa

  • Raízen (RAIZ4): - 5,56%
  • CVC (CVCB3): - 4,31%
  • Carrefour (CRFB3): - 3,87 %

Dólar hoje

Apesar do tom levemente positivo na bolsa, no mercado de câmbio, o real se desvaloriza frente ao dólar. Este é o segundo dia de apreciação da moeda americana no Brasil, após três pregões consecutivos de queda.

Dolar: + 0,73%, R$ 4,906

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