Painel da B3: bolsa abre em alta com dados do Brasil e da China acima das expectativas (Germano Lüders/Exame)
Repórter de Invest
Publicado em 15 de setembro de 2023 às 10h19.
Última atualização em 15 de setembro de 2023 às 17h46.
Após quatro altas consecutivas, o Ibovespa desta sexta-feira, 15, fechou em queda, acompanhando o movimento negativo nas bolsas de Nova York e das quedas da Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4). Apesar disso, na semana, o índice acumula alta de 2,99%.
O mercado foi impactado por dados dos Estados Unidos, cuja produção industrial apresentou uma alta de 0,4% em julho ante junho, superior ao consenso de 0,1%. Na comparação anual, o avanço foi de 0,2%.
Os indicadores deixaram os investidores apreensivos. “Os números do varejo e do mercado de trabalho vieram bons e reforçaram a tese de que a inflação nos EUA ainda não está controlada. Com isso, pode ser que o Fed ainda tenha que subir os juros no futuro”, explica Luiz Felipe Bazzo, CEO do transferbank.
Diante da cautela dos investidores, os índices de Nova York caíram. Nesta sexta, o fechamento do Dow Jones teve queda de 0,83%, a Nasdaq perdeu 1,22% e a S&P 500 caiu 1,56%.
IBOV: -0,53%, aos 118.758 pontos.
Além disso, as blue chips contribuíram para a queda do índice hoje, mesmo com as commodities fechando em alta.
Os papéis da Vale caíram 0,83%. Os ativos preferenciais e ordinários da Petrobras encerraram o pregão mistos: com leve alta de 0,06% e queda de 1,47%, respectivamente.
Outros dados internacionais divulgados hoje foram das vendas do varejo chinês em agosto, que apresentaram uma alta anual de 4,6% - acima do consenso, que era de 3%. A produção industrial apresentou um avanço de 4,5% nos últimos 12 meses, superior à expectativa de 4%.
Além disso, antes da abertura do mercado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os indicadores das vendas do comércio varejista em julho, que subiu 0,7% em julho, após variação de 0,1% em junho. O consenso era um avanço de 0,3%. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve alta de 2,4%.
“Lembremos que em julho ainda não havia sido cortada a Selic, mas já estava evidente que iriam cortar. Esperamos ver melhora dos indicadores de investimento quando avançarmos sobre o mês de agosto”, aponta o economista André Perfeito.
O dólar hoje fechou em queda. Nesta sexta-feira, a moeda americana caiu 0,03% a R$ 4,871, com mercado reagindo aos dados. Ontem, o dólar fechou em queda de 0,74%, cotado a R$ 4,880.
Na ponta positiva do índice, a Dexco (DEXCO3) teve seu preço-alvo elevado pelo Bradesco BBI e passou a maior parte do dia na liderança. Outros destaques ficam por conta da Suzano (SUZB3) e a Klabin (KLBN11).
“Elas foram favorecidas em virtude dessas taxas do DI estarem um pouco mais altas. A tendência é que o dólar também subiria, mas há uma distorção hoje, o dólar está praticamente no zero a zero, enquanto os DI estão positivos”, afirma Dierson Richetti, sócio da GT Capital.
Entre as perdas de hoje, destaque para Carrefour (CRFB3) e Pão de Açúcar (PCAR3). “Elas tiveram as suas quedas em virtude de um corte de recomendação do JP Morgan. Além disso, o varejo como um todo está tendo um desempenho ruim devido à abertura da curva de juros”, finaliza Richetti.
Principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3, o Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média do desempenho dessa carteira teórica de ativos, cada uma com seu peso na composição do índice.
Funcionando como um termômetro do desempenho consolidado das principais ações para o mercado, cada ponto do Ibovespa equivale a 1 real. Por isso, se o IBOV está em 100.000 pontos, isso quer dizer que o preço da carteira teórica das ações mais negociadas é de 100.000 reais.
O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h30. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.