Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 14 de setembro de 2022 às 10h51.
Última atualização em 14 de setembro de 2022 às 18h44.
Após a derrocada de ontem, o Ibovespa teve um novo dia de queda nesta quarta-feira, 14. Derrubado por Vale (VALE3), siderúrgicas e varejistas, o principal índice da B3 não conseguiu acompanhar a leve recuperação do mercado americano. Por lá, as bolsas subiram após terem registrado as maiores quedas desde junho de 2020 no pregão passado.
A razão do desespero foram os dados da inflação nos Estados Unidos, o CPI, que saíram acima do esperado. A surpresa aumentou as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), terá que ser mais duro para colocar a inflação de volta nos trilhos.
Outros números divulgados nesta manhã voltaram a assombrar investidores. O Índice de Preço ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) confirmou a deflação mensal de 0,1% em agosto, mas seu núcleo saiu acima do esperado, dando sinais de maior persistência da inflação nos Estados Unidos. O núcleo do PPI ficou em 0,4% no mês, com alta anual de 7,3% ante consenso de 7,1%.
"É mais uma notícia ruim de inflação, que segue muito alta. É mais um dado que aumenta a chance de o Fed subir os juros em 0,75 ponto percentual na próxima decisão", disse Pedro Gala, economista-chefe do Banco Master em morning call desta quarta.
"Voltamos ao cenário de preocupações com a inflação e choque de juros do Fed. Não sabemos até quando a taxa de juro pode ir. Vai depender de como e quando a inflação vai reverter."
Na bolsa brasileira, os papéis que mais sofrem com as taxas de juros subindo continuaram entre as maiores perdas. Magazine Luiza (MGLU3) caiu quase 5%.
Quem também sofreu nesta quarta foram os papéis ligados ao minério de ferro. A commodity fechou o dia em queda com temores que a inflação nos EUA diminua a demanda pelo minério.
A Vale (VALE3), empresa com maior peso do Ibovespa, caiu quase 2% e contribuiu para a baixa do índice. Siderúrgicas acompanharam a baixa e ficaram entre as maiores perdas do dia.
As petrolíferas, por outro lado, impediram um tom ainda mais negativo, seguindo a valorização do petróleo Brent. A commodity voltou a ser negociada acima de US$ 95 nesta quarta, após ter ido a US$ 91 no dia anterior.
As ações da Petrobras (PETR3/PETR4), que estão entre os papéis com maior peso na carteira teórica do Ibovespa, subiram e ajudaram a manter o índice no positivo. Destaque também para a petroleira privada Prio (PRIO3), ex-PetroRio, que ficou entre as maiores altas do dia.
A maior alta do pregão, no entanto, foi da Petz (PETZ3), que disparou mais de 6%, interrompendo uma sequência de duas sessões de perdas. Os ganhos reagiram ao anúncio de que a Atmos Capital aumentou sua participação para cerca de 5% da empresa.
A gestora carioca possuía uma participação de cerca de 1,9% na Petz até o final de maio, segundo dados compilados pela Bloomberg.
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