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Ibovespa fecha em alta com ata do Copom e NY no radar; Petrobras cai após balanço

Ata detalhou divergências entre diretores do BC sobre magnitude de corte de juros; mercado vê possível fim do ciclo de queda

Ibovespa: bolsa abre em queda puxada por Petrobras (Germano Luders/Exame)

Ibovespa: bolsa abre em queda puxada por Petrobras (Germano Luders/Exame)

Publicado em 14 de maio de 2024 às 10h36.

Última atualização em 14 de maio de 2024 às 17h52.

Ibovespa fechou em alta de 0,28%, a 128.515 pontos, nesta terça-feira, 14. O movimento acompanhou o tom positivo do mercado americano, que segue á espera dos dados do Índice de Preço ao Consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês). Investidores também repercutiram a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). marcada pela redução do ritmo de corte de juros.

Ibovespa hoje

  • IBOV: + 0,28% aos 128.515 pontos

O grupo de cinco diretores do Banco Central (BC) que votou pela redução de 0,25 ponto percentual considerou que o risco de perda de credibilidade sobre o compromisso com o combate à inflação e com a ancoragem das expectativas era mais importante do que manter o guidance.

“O mercado foi direto no parágrafo que continha a justificativa dos membros que votaram por uma queda de 0,50 ponto-base. Foram duas justificativas. [grifar]A primeira delas é o risco reputacional de não seguir o guidance. Foi dada uma sinalização de queda de 50 pontos e deveria ser reduzido 50 pontos, dado essa sinalização que teve, mas eles entenderam também que o cenário mudou, e reafirmaram o compromisso deles com a meta de inflação. Só que o cenário não mudou tão drasticamente para mudar a sinalização que deram na reunião anterior”, pontua Beto Saadia, economista e diretor de investimentos da Nomos.

Além do discurso de Powell, o dia hoje é marcado pela divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária). A divisão entre os membros do Comitê de Política Monetária (Copom), que reduziu os juros para 10,5% ao ano, foi explicada com a publicação da ata nesta terça-feira, 14. O grupo de cinco diretores do Banco Central (BC) que votou pela redução de 0,25 ponto percentual considerou que o risco de perda de credibilidade sobre o compromisso com o combate à inflação e com a ancoragem das expectativas era mais importante do que manter o guidance.

Após a ata do Copom, consolidou-se a visão de que o espaço para corte de juros é menor que o anteriormente previsto. A possibilidade de o BC interromper o ciclo de queda já na próxima reunião entrou de vez no radar. Parte do mercado, inclusive, questiona a credibilidade dos novos diretores, com parte dos investidores já especulando a possiblidade de o Copom ter que voltar a subir a taxa de juros no ano que vem.

Se depender do exterior, as taxas devem permanecer elevadas. Isso porque hoje, em evento na Holanda, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell disse que precisa ser paciente e deixar que as altas taxas de juros continue desacelerando a economia, dada a falta de progresso na inflação nos últimos meses. “O primeiro trimestre nos Estados Unidos foi notável pela falta de progressos adicionais na inflação. Não esperávamos que este fosse um caminho tranquilo, mas foram mais altos do que acho que alguém esperava.” Disse ainda que é necessário ter paciência e deixar que a política restritiva faço o trabalho.

Repercussão de resultados

Investidores também reagiram aos balanços do primeiro trimestre nesta terça. Entre os destaques estiveram as ações da Petrobras, que caíram 2,74% (PETR4) e 1,80% (PETR4). Ontem, após o encerramento do mercado, a Petrobras (PETR4) divulgou seus números referentes ao primeiro trimestre de 2024. Durante esse período, a petroleira registrou lucro líquido de R$ 23,7 bilhões, representando queda de 37,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior e uma diminuição de 23,7% em relação ao trimestre anterior. A receita de vendas também apresentou redução, totalizando R$ 117,72 bilhões, o que representa queda de 15,4% em relação ao primeiro trimestre de 2023 e de 12,3% em relação ao quarto trimestre.

Apesar da desvalorização, o conselho de administração da estatal aprovou o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) no valor de R$ 13,45 bilhões, relativos ao desempenho do primeiro trimestre de 2024. Esse provento corresponde a uma remuneração de R$ 1,04 por ação ordinária e preferencial. O pagamento será realizado em duas parcelas iguais de R$ 0,52 por ação, sendo a primeira em 20 de agosto e a segunda em 20 de setembro.

Já a maior queda do dia ficou com os papéis da Natura (NTCO3), que tombaram 9,43%.. A empresa também reportou ontem seus resultados e decepcionou o mercado. A empresa registrou prejuízo líquido consolidado de R$ 934,9 milhões no primeiro trimestre de 2024, o que representa aumento de 43,3% nas perdas em relação ao mesmo período do ano passado. Já a receita líquida consolidada foi de R$ 6,105 bilhões, queda de 5,7% em relação ao 1T23.

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