O Ibovespa desta segunda-feira, 11, fechou em alta e voltou para próximo da casa dos 117 mil pontos. O principal destaque do dia ficou com os dados da China em relação à inflação e ao crédito, que animaram investidores do mundo inteiro. Em contrapartida, o dólar caiu praticamente contra todas as moedas. 

Ontem, a fim de estimular o mercado de ações, o órgão regulador da China reduziu o risco que atribui ao investimento de companhias de seguros em ações de blue-chips e de tecnologia, além de fundos em investimento imobiliário.

“A China também está cortando o compulsório sobre a moeda estrangeira de 6% para 4%. Isso está gerando um ‘mini-rali’ do minério de ferro”, explica Jerson Zanlonrezi, head da mesa de ações e derivativos do BTG Pactual. 

E de fato o minério subiu. Em Dalian, a commodity fechou com alta de 2,41%, a 851,50 iuanes a tonelada (aproximadamente US$ 116,75). Com isso, os papéis de mineradoras e siderúrgicas também valoraram.

Ibovespa hoje

IBOV: +1,36%, aos 116.886 pontos.

A Vale (VALE3) encerrou o pregão com alta de 1,44%, ajudando a manter o índice Bovespa no campo positivo. Junto com ela, também subiram as ações de seus pares de setor, como CSN (CSNA3), CSN Mineração (CMIN3), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5).

Dólar e juros em queda

Com o índice subindo, o dólar e os juros tomaram caminhos opostos e fecharam em baixa. Para Paloma Lopes, economista da Valor Investimentos, há mais de uma razão para a moeda norte-americana ter apresentado esse desempenho.

“Primeiro por conta da situação da China, em que as autoridades estão falando que vão defender o iuane de qualquer forma. Já o Banco Central Europeu acredita na possibilidade de ter desespeculado o euro, enquanto a inflação nos EUA segue persistente. Tudo isso fez com que o dólar chegasse a esse patamar baixo. A grande explicação está em compreender o futuro das nações”, pontua.  

Vale lembrar que na maior economia do mundo os números do índice de preços ao consumidor (CPI) e do índice de preços ao produtor (PPI) serão divulgados na quarta e na quinta-feira, respectivamente. 

Para o head da mesa de ações e derivativos do BTG Pactual, apesar disso, há uma perspectiva positiva no mercado em meio à proximidade da reunião de setembro do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). 

“A secretária de tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse que está cada vez mais confiante de que será possível conter a inflação sem grandes danos ao mercado de trabalho”, pontua em Morning Call do banco. 

Por fim, os juros fecharam em queda por conta de outro dado que está no radar dos investidores brasileiros: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente ao mês de agosto, que será divulgado amanhã. 

Maiores altas do Ibovespa

Entre as maiores altas do Ibov, destaque para os ativos dos setores da construção, consumo e saúde, que são sensíveis ao comportamento dos juros. 

“O Grupo Pão de Açúcar subiu com notícia de que o Casino quer comprar a fatia detida na CNova, empresa de comércio eletrônico. Isso seria positivo, desde que houvesse uma destinação dos recursos para a expansão das operações do grupo”, afirma Leandro Petrokas, sócio da Quantzed.

• EzTec (EZTC3): +5,84%
• Grupo Pão de Açúcar (PCAR3): +5,23%
• CSN Mineração (CMIN3): +4,04%

Maiores quedas do Ibovespa

Na ponta negativa da Bolsa, as maiores quedas ficaram com a Petz e Minerva. “Petz é uma ação que negocia a múltiplos altos e não está conseguindo entregar resultados que convençam o mercado. Já a Minerva está caindo junto com Marfrig e BR Foods, sendo que parte desse movimento pode ser explicada pela queda do dólar”, diz Petrokas.

• Braskem (BRKM5): - 3,19%
• Petz (PETZ3): - 2,30%
• Marfrig (MRFG3): - 1,84%

Que horas fecha a bolsa de valores?

O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h30. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.