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Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 10 de janeiro de 2023 às 10h40.
Última atualização em 10 de janeiro de 2023 às 18h31.
Em um dia de viés comprador na bolsa, o Ibovespa fechou o pregão desta terça-feira, 10, perto da máxima, em seu melhor patamar desde o início de dezembro. Com o resultado de hoje, o Ibovespa passa a subir 0,99% no acumulado do ano. O otimismo se estendeu ao câmbio, com o dólar comercial caindo 1% frente ao real.
O dia começou morno, com os investidores esperando o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, em evento na Suécia. Powell deu poucos sinais sobre os rumos da taxa de juros nos Estados Unidos, deixando o Ibovespa livre para acompanhar o viés comprador no mercado brasileiro.
As ações dos grandes bancos foram a principal influência positiva do dia, com Bradesco e Santander subindo cerca de 4%. Todos os bancões fecharam o dia no positivo, dando força ao Ibovespa. Vale lembrar que, juntas, as ações do setor representam quase 15% do Ibovespa.
A retomada dos papéis no pregão desta terça-feira pode ser explicada por uma correção das quedas do início do ano, de olho no cenário político mais favorável. Investidores ficaram mais propensos a investir no Brasil após a firme resposta do governo contra os atos antidemocráticos de bolsonaristas do final de semana.
“A postura do governo para conter e evitar que evolua para algo mais grave trouxe ânimo aos investidores. Ninguém quer uma crise institucional neste momento e nada indica que isso vai acontecer. Foi um alerta de um dia que, estruturalmente, não muda nada”, afirmou Charo Alves, especialista da Valor Investimentos.
O impulso veio também do otimismo com a reabertura da China. No final de semana caíram as últimas restrições de fronteiras do gigante asiático, e existe uma grande expectativa de retomada da demanda chinesa em especial por commodities. O minério de ferro subiu a US$ 120 no mercado internacional, seu maior patamar em cinco meses.
A consequência foi uma alta de mais de 1% nos papéis da Vale, que é a empresa com maior participação no Ibovespa.
Em variação, a maior alta do dia ficou com o Grupo Pão de Açúcar (GPA - PCAR3). O conselho de administração da empresa aprovou na noite de ontem a separação da de sua controlada, o grupo colombiano Éxito, nos moldes do que foi feito com o Assaí Atacadista (ASAI3) no começo do ano passado.
O objetivo é destravar valor para o GPA – e os acionistas devem sair beneficiados da operação. O mercado gostou da proposta e os papéis chegaram a disparar mais de 11% na máxima hoje.
Na outra ponta do índice, a Eletrobras (ELET6) ficou com a lanterna do Ibovespa com um dia de ruídos no setor elétrico.
Três torres de transmissão de energia elétrica foram derrubadas e outras estruturas ficaram danificadas nesta segunda-feira, de acordo com informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os casos ocorreram no Paraná e em Rondônia. Boletim da agência reguladora fala em "vandalismo" e "sabotagem" na queda das linhas.
“A intenção é avaliar se há relação com os atos bolsonaristas em Brasília, com rumores de sabotagem das linhas de transmissão. Mas são ruídos que ainda precisam ser analisados”, avalia Marcelo Boragini, sócio da Davos Investimentos e especialista em renda variável.
Não houve suspensão no fornecimento de energia, mas os papéis do setor sofreram na bolsa.
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