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Ibovespa fecha em alta de mais de 3% com suspensão da tarifas recíprocas; dólar despenca

Agentes do mercado reagem a alívio na guerra tarifária; dólar, que havia superado os 6%, vai a menos de R$ 5,90

 (Germano Lüders/Exame)

(Germano Lüders/Exame)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 9 de abril de 2025 às 10h23.

Última atualização em 9 de abril de 2025 às 17h25.

Em mais um pregão de volatilidade vertiginosa, o Ibovespa virou para forte alta depois que o presidente Donald Trump anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas, com exceção da China. Sobre o gigante asiático, as tarifas de importação serão aumentadas para 125%.

O índice de referência da bolsa brasileira fechou em alta de 3,19%, a 127.881  pontos, em linha com a melhora imediata também dos mercados globais.

"Foi um bom dia, mas ressaltamos que tudo pode acontecer ao longo dessa guerra comercial, com as decisões de Trump e as reações de Xi Jinping", afirma Matheus Amaral, especialista em renda variável do Inter.

Depois de bater mais de R$ 6 no começo do ano, o dólar também passou a ceder forte, com queda de 2,54%, para R$ 5,845.

Nesta manhã, uma maioria dos 27 estados-membros da União Europeia (UE) tinha aprovado a aplicação de tarifas sobre produtos dos Estados Unidos, como parte de uma resposta às tarifas de 25% que o presidente Donald Trump impôs no mês passado sobre as exportações de aço e alumínio do bloco.

Ibovespa hoje

IBOV: + 3,19%, aos 127.881 pontos
Dólar hoje: -2,54%, para R$ 5,845.

Inflação e vendas no varejo

Entre os indicadores divulgados nesta manhã, o destaque foi a desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da cidade de São Paulo, que subiu 0,31% na primeira quadrissemana de abril, ante alta de 0,62% em março, segundo a Fipe. Já o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), da FGV, avançou de 0,44% para 0,46% no início de abril, com aceleração em três das sete capitais pesquisadas.

No comércio, as vendas no varejo cresceram 0,5% em fevereiro, voltando a bater recorde da série histórica iniciada em 2000, após quatro meses de estabilidade, segundo o IBGE.

Outro dado relevante foi o recuo de 0,12% no Índice de Preços ao Produtor (IPP) em fevereiro, encerrando uma sequência de 12 altas mensais. O IPP acumula ganho de 9,41% em 12 meses.

O Banco Central também informou crescimento de 0,4% no saldo das operações de crédito em fevereiro, com estoque total de R$ 6,487 trilhões.

No radar

Pela tarde, os investidores repercutem a ata da reunião de março do Federal Reserve, que mostrou as autoridades do banco central americano unânimes quanto a uma inflação mais persistente e um crescimento econômico mais lento.

No Brasil, o fluxo cambial semanal foi divulgado pelo BC. Ele ficou negativo em US$ 8,287 bilhões no mês de março, o pior saldo do fluxo desde 1982.

No radar político, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem reuniões com o presidente do Comsefaz e com integrantes do governo. À noite, os olhares se voltam para a China, com a divulgação do CPI e PPI de março, às 22h30.

Mercados internacionais

Nos EUA, os principais índices acionários imediatamente viraram para forte alta depois do anúncio de Trump. Nasdaq e S&P 500 sobem mais de 7%.

Na parte da manhã, os mercados internacionais reagiram à escalada da guerra tarifária entre EUA e China.

Na Ásia, os mercados fecharam em queda após a entrada em vigor das tarifas de 104% dos EUA sobre produtos importados da China.

No Japão, o Nikkei 225 caiu 3,93% e o Topix recuou 3,4%. Na Coreia do Sul, o Kospi perdeu 1,74% e já acumula desvalorização superior a 20% desde julho. Na contramão, Hong Kong teve desempenho positivo: o Hang Seng subiu 0,68%, impulsionado pelo índice de tecnologia, que avançou 2,64%. O chinês CSI 300, de Xangai, registrou alta de 0,99%.

Na Europa, os principais índices fecharam em forte baixa, revertendo o movimento positivo da véspera. A baixa se acentuou após o anúncio da China, no começo da manhã, de que irá impor tarifas adicionais de 84% sobre os produtos importados dos Estados Unidos.

O Stoxx 600, que reúne as maiores empresas do continente, recuou 3,51%. Os principais índices nacionais também estavam em queda: o CAC 40 (França) caiu 3,22%, o DAX (Alemanha) recuou 3% e o FTSE 100 (Reino Unido) tinha baixa de 2,92%.

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