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Ibovespa fecha em queda com payroll acima do esperado

Sessão foi marcada por dados do payroll nos EUA, das contas públicas do Brasil e pela novela da Petrobras

Janize Colaço
Janize Colaço

Repórter de Invest

Publicado em 5 de abril de 2024 às 10h23.

Última atualização em 5 de abril de 2024 às 17h57.

O Ibovespa desta sexta-feira, 5, fechou em queda. Antes da abertura do mercado, o que os investidores temiam, aconteceu: o payroll veio acima das projeções. Esse dado, mais forte do que o esperado, pode sinalizar que a trajetória dos juros americanos pode continuar em patamares elevados por mais tempo. Por aqui, dados das contas públicas foram repercutidos, mas foi a Petrobras (PETR4) que promete ter mais força para precificar o índice.

Nesta sexta-feira, o Departamento do Trabalho americano mostrou que no mês de março foram criadas 303 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola. O número ficou muito acima das projeções dos economistas, que apontavam para 200 mil postos. O que também divergiu das estimativas foi a taxa de desemprego, que ficou em 3,8%, abaixo das projeções de 3,9%.

Ibovespa hoje

  • IBOV: -0,50%, aos 126.795 pontos.

Para André Fernandes, especialista e sócio da A7 Capital, esse dado demonstra que o mercado de trabalho nos EUA ainda está muito aquecido, e isso pode ser refletido na inflação, tornando ela mais persistente. “Corroborando com os últimos discursos de dirigentes do Fed desta semana, de que o juro neutro por lá deve ser maior do que o esperado”, diz. Ainda assim, para ele, as apostas de corte no juro ainda se concentram em junho e julho. Fernandes diz que, agora, as atenções se voltam para os dados do PCE (de março) que será divulgado no fim de abril. “É o indicador preferido do Fed para acompanhar a inflação. Isso deve dar maiores pistas sobre o número de cortes de juros que podem ocorrer esse ano nos EUA.”

Por aqui, o mercado digeriu a divulgação da FGV, que mostrou a queda do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), de 0,30% em março. Já o setor público consolidado (governo central, estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras) teve déficit primário de R$ 48,692 bilhões em fevereiro, informou o Banco Central. O resultado fiscal de fevereiro foi o pior desempenho das contas consolidadas do país para o mês na série histórica do BC, que foi iniciada em 2001. Ainda assim, o resultado ficou próximo da mediana das estimativas de R$ 49 bilhões.

Mas foi a Petrobras que trouxe mais agito à bolsa de valores brasileira. Ontem, com rumores de que Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), pudesse assumir a presidência da Petrobras, as ações da estatal chegaram a cair 2% na bolsa e a companhia perdeu R$ 2,5 bilhões em valor de mercado. Logo em seguida, os papéis se recuperaram com a possibilidade de distribuição de dividendos extraordinários. No final do dia, a estatal afirmou que ainda não há uma decisão definitiva quanto à distribuição dos dividendos. 

Hoje, porém, fontes ouvidas pelo Broadcast apontaram que Mercadante não teria interesse em sair do banco e, eventualmente, assumir o comando da Petrobras. Além disso, a fonte da Agência Estado diz que o presidente do BNDES apoia a permanência de Prates no cargo. No fechamento do pregão, os papéis PETR4 subiram 0,58%. 

Maiores altas do Ibovespa

  • IRB (IRBR3): +13,21%
  • Vibra (VBBR3): +1,56%
  • Locaweb (LWSA3): +1,35%

Maiores quedas do Ibovespa

  • Qualicorp (QUAL3): -4,85%
  • Petroreconcavo (RECV3): -4,27%
  • Magazine Luiza (MGLU3): -3,39%

Com Estadão Conteúdo

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