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Ibovespa hoje: bolsa e dólar fecham estáveis com influência negativa de Wall Street

Mercado internacional tem mais um dia perdas; bolsas de NY chegaram a cair mais de 3% na véspera

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 3 de novembro de 2022 às 10h40.

Última atualização em 3 de novembro de 2022 às 17h30.

Nesta quinta-feira, 3, o Ibovespa voltou do feriado em estabilidade, prejudicado pelas perdas do mercado internacional. Foi a primeira sessão pós-eleições em que o índice não subiu.

  • Ibovespa: - 0,03%, 116.896 pontos

 Na mínima do dia, o principal índice da B3 chegou a cair mais de 2%, em um movimento de ajuste em linha com o exterior, onde investidores estão preocupados com o aumento dos juros nos Estados Unidos.

Ao longo da sessão, as perdas foram amenizadas com o cenário interno. Por aqui, investidores aguardam novidades no processo de transição de governo após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva como novo presidente no último domingo. 

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) anunciou nesta quinta que os procedimentos para transição de governo já começaram. A composição da equipe que cuidará do processo será anunciada na próxima segunda. 

Wall Street recua com juros

Nos Estados Unidos, as bolsas recuam desde a última tarde, quando o presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que os juros dos Estados Unidos vão subir mais e por um período mais longo do que o imaginado.

As sinalizações foram feitas após a decisão de subir a taxa de juro americana em 0,75 ponto percentual pela quarta vez seguida para o intervalo entre 3,75% e 4%. O Fed indicou ainda que pode haver espaço para reduzir o ritmo de alta de juros na próxima decisão, em dezembro, ou na primeira do ano que vem. Mas parte relevante do mercado ainda vê um ajuste mais brando como improvável para este ano.

Segundo o monitor de probabilidades do CME Group, as apostas estão divididas entre mais uma elevação de 0,75 p.p. e uma de 0,50 p.p. para dezembro, com cerca de 50% de chance cada.

Enquanto o mercado brasileiro esteve fechado na véspera, devido ao feriado de Finados, as bolsas de Nova York registraram fortes quedas. O índice Nasdaq foi o que mais caiu, com baixa superior a 3%. Nesta quinta, os principais índices de Wall Street voltaram a encerrar no negativo.

"Ninguém sabe ainda o que vai acontecer, porque tem muito dado para rolar. O de mais concreto é que na próxima decisão deve desacelerar a alta de juros. Há uma desaceleração da economia americana. Mas está em aberto se a alta de juros vai parar em 5% ou 5,5%", disse Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, em morning call.

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Dólar no zero a zero

Além das bolsas, o câmbio sofreu no exterior, com perspectivas de juros mais altos nos Estados Unidos. No Brasil, no entanto, o dólar zerou os ganhos do início da sessão, e encerrou o dia perto da estabilidade, quebrando a sequência de quatro sessões consecutivas de queda frente ao real. 

  • Dólar: + 0,14%; R$ 5,126

Vale lembrar que, nas últimas sessões, o investidor estrangeiro vinha aumentando sua exposição na bolsa brasileira pós-eleições, impulsionando o fluxo de dólares para o País. Dados divulgados pela B3 nesta quinta-feira, 3, mostram que o investidor estrangeiro colocou mais R$ 1,9 bilhão na bolsa brasileira no primeiro dia de negociação após o resultado das eleições.

Ações kit-Lula seguem em alta

As ações de consumo, que podem se beneficiar de uma posição mais expansionista do novo governo, seguiram entre as maiores altas. Entre os destaques, Méliuz, Magazine Luiza e Americanas

Os papéis reagiram ainda à proximidade com a Black Friday, data de forte movimentação no varejo, que ocorre no dia 25 deste mês.

  • Méliuz (CASH3): + 7,32%
  • Magazine Luiza (MGLU3): + 6,80%
  • Americanas (AMER3): + 3,90%

Leia mais: Magazine Luiza (MGLU3) antecipa Black Friday com descontos de até 80% e fretes grátis

Eneva (ENEV3) perde CEO e lidera baixas da bolsa

As ações da empresa de energia Eneva ficaram entre as maiores baixas do Ibovespa após Pedro Zinner deixar o comando da companhia. Para analistas do Itaú BBA, o movimento responde a uma incerteza dos investidores quanto ao motivo da saída do executivo. 

Zinner, que teve um papel importante na reestruturação da empresa, deixará o cargo para "se dedicar a novos desafios profissionais", segundo comunicado.

Leia mais: Eneva (ENEV3): saída de CEO derruba ação; o que fazer se cair mais?

Petrobras (PETR4) anuncia dividendos

As ações da petroleira estatal Petrobras fecharam o dia em leve alta, com investidores aguardando o resultado do terceiro trimestre da companhia que será divulgado após o fechamento do mercado. 

  • Petrobras (PETR3): + 0,27%
  • Petrobras (PETR4): + 0,30%

Os dividendos, no entanto, saíram já ao longo do pregão. A companhia anunciou o pagamento de dividendos de R$ 43,7 bilhões referentes ao resultado do terceiro trimestre. Serão pagos R$ 3,3489 por ação preferencial e ordinária.

O valor é pouco menos da metade dos dividendos históricos pagos no trimestre passado, que somaram R$ 88 bilhões e levaram a companhia a ser a maior pagadora de dividendos do mundo no período.

Leia mais: Petrobras (PETR4) anuncia R$ 43,7 bilhões em dividendos referentes ao 3º tri

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