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Ibovespa fecha em queda puxado por desvalorização da Vale; dólar cai para R$ 5,62

Minério de ferro caiu 4% no exterior, com dados mais fracos do setor industrial e imobiliário da China

Ibovespa: dia será de menor liquidez com feriado nos EUA (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa: dia será de menor liquidez com feriado nos EUA (Germano Lüders/Exame)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 2 de setembro de 2024 às 10h22.

Última atualização em 3 de setembro de 2024 às 08h55.

O Ibovespa fechou em queda de 0,81% a 134.906 pontos nesta segunda-feira, 2. O movimento negativo foi puxado pela Vale (VALE3), que caiu 1,41% na esteira da queda do minério de ferro no exterior.

A commodity encerrou suas negociações na bolsa de Dalian, na China, com forte queda de 4,36% cotado a US$ 101,76 por tonelada. Já em Singapura, o minério afundou 4% para US$ 96,65.

A desvalorização ocorre após dados das fábricas na China mostrarem quarta contração mensal seguida. O número de vendas de casas também indicou piora do cenário de propriedades residenciais, o que puxa a commodity para baixo.

Ibovespa hoje

  • IBOV: -0,81% aos 134.906 pontos

Boletim Focus

Investidores também repercutiram a divulgação do Boletim Focus, que aumentou a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024: de 4,25% para 4,26%. Essa foi a sexta alta seguida. O IPCA para 2025 também passou por uma revisão, mas para baixo, de 3,93% para 3,92%. As medianas da inflação para 2026 e 2027 não foram modificadas, ficando em 3,60% e 3,50%, respectivamente.

O BC manteve a Selic de todos os anos em 10,50% (2024), 10% (2025), 9,50 (2026) e 9% (2027). A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano subiu de 2,43% para 2,46%, enquanto a para o PIB de 2025 caiu de 1,86% para 1,85%. Já as projeções para 2026 e 2027 ficaram estáveis em 2%.

Por fim, as projeções do câmbio para 2024, 2026 e 2027 subiram de R$ 5,32 para R$ 5,33 (2024); de R$ 5,25 para R$ 5,28 (2026); e de R$ 5,27 para R$ 5,30. Já a projeção para o dólar de 2025 se manteve R$ 5,30.

PIB do segundo trimestre

Outro destaque é a expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, que será divulgado nesta terça-feira, 3. Segundo Hugo Garbe, professor de Ciências Econômicas do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o indicador pode superar as estimativas iniciais, mesmo diante de eventos adversos, como a tragédia no Rio Grande do Sul.

As projeções revisadas indicam que o PIB do Brasil pode crescer até 2,5% neste ano, com algumas estimativas apontando para um crescimento de até 3%.

"Esse desempenho é alimentado por um mercado de trabalho aquecido, em que a geração de vagas e o aumento da massa salarial — que cresceu 9,2% em termos reais no trimestre encerrado em junho — têm mantido o consumo das famílias em alta."

Entretanto, apesar desse otimismo, a inflação continua sendo um desafio, segundo o especialista. Em julho, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu o teto da meta de 4,5%, com riscos adicionais advindos da volatilidade cambial.

"O Banco Central (BC) mantém uma postura firme em perseguir a meta inflacionária, mesmo após mudanças no cenário fiscal, sinalizando um compromisso com a estabilidade econômica. Contudo, novas pressões inflacionárias e fiscais não podem ser descartadas."

PLOA e dólar

Investidores também estão atentos ao orçamento. Na sexta-feira, 30, o Ministério do Planejamento e Orçamento enviou o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025 ao Congresso. O PLOA detalha as despesas e as receitas para o próximo ano. Como principal destaque, o texto ainda prevê meta de déficit zero. Uma coletiva de imprensa irá detalhar o projeto amanhã, a partir das 11h.

"O orçamento foi entregue ao Congresso em momento no qual o real vem sendo bastante pressionado, grande parte devido às incertezas fiscais", explica Marcio Riauba, gerente da Mesa de Operações da StoneX Banco de Câmbio.

Nesta segunda-feira, o dólar fechou em queda de 0,31%, cotado a R$ 5,614. Na última sessão, a moeda fechou em alta de 0,17%, a R$ 5,631.

Como é calculado o índice Bovespa?

O principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3, o Ibovespa é calculado em tempo real, com base na média do desempenho de uma carteira teórica de ativos, cada um com seu peso na composição do índice.

O Ibovespa funciona como um termômetro do desempenho consolidado das principais ações no mercado, onde cada ponto do Ibovespa equivale a 1 real. Portanto, se o Ibov está em 100 mil pontos, isso significa que o preço da carteira teórica das ações mais negociadas é de R$ 100 mil.

Que horas abre e fecha a bolsa de valores?

O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o aftermarket ocorre entre 17h25 e 17h45. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 16h55.

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