Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)
Beatriz Quesada
Publicado em 22 de setembro de 2021 às 09h25.
Última atualização em 22 de setembro de 2021 às 16h59.
O Ibovespa opera em alta nesta quarta-feira, 22, dando continuidade à tendência de recuperação registrada no pregão de ontem e subindo apoiado na disparada das ações da Vale (VALE3) – empresa com maior participação no índice. Às 15h40, o principal índice da bolsa sobe 2,43%, aos 112.933 pontos, acompanhando o tom positivo no exterior após desdobramento do caso Evergrande.
Quem impulsiona a alta do índice são as ações da Vale (VALE3), que sobem 3,5%, repercutindo a disparada de 16,84% no preço do minério de ferro no porto de Qingdao, para 108,70 dólares a tonelada. No acumulado do mês, os papéis ainda apresentam perdas de quase 10%.
As siderúrgicas também apresentam fortes altas e lideram os maiores ganhos do índice. Usiminas (USIM5) sobe 9,77%, seguida por Metalúrgica Gerdau (GOAU4), que avança 6,8%. Já a Gerdau (GGBR4) registra ganhos superiores a 6,3%.
O minério de ferro – e os papéis atrelados a ele – sofreram no início da semana com a crise de superendividamento da gigante chinesa Evergrande. Porém, um desdobramento positivo no caso ajudou os ativos a embarcarem em um movimento de correção.
Nesta quarta, a Evergrande informou ao mercado que negociou um acordo com os detentores de títulos para liquidar os pagamentos de juros de um título doméstico. A notícia ajudou a acalmar os temores de um calote iminente que poderia desencadear uma crise no país. Além disso, o banco central da China também injetou 90 bilhões de yuans (cerca de 14 bilhões de dólares) no sistema bancário, em um sinal de apoio à medida que os mercados financeiros.
As notícias trouxeram alívio aos mercados de todo o mundo, impulsionando ativos mais arriscados. Nos Estados Unidos, os principais índices operam em alta. O Dow Jones sobe 1,18%, seguido por S&P 500 e Nasdaq, que avançam 1,03% e 0,87%.
Após a redução dos temores com a Evergrande, investidores agora voltam suas atenções para a ‘Super Quarta’, dia em que os bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil divulgam suas decisões de política monetária.
O Fomc, comitê do Federal Reserve (Fed) responsável por decidir a taxa de juros nos EUA, decidiu pela manutenção dos juros no intervalo entre 0% e 0,25%, como esperado pelo mercado. Mas, metade dos 18 membros do colegiado já vem espaço para alta de juros em 2022.
Em seu discurso, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que "muitos" dos membros do banco central americano acreditam que a missão de reerguer o mercado de trabalho já foi cumprida. Embora veja o processo de retirada de estímulos, o tapering, iniciando "em breve", Powell voltou a tentar desassociar a medida como um passo para a alta de juros.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central comunica sua decisão após o fechamento do mercado, a partir das 18h.
A expectativa majoritária é a de que o Copom deve elevar a Selic em 1 ponto percentual, de 5,25% para 6,25% ao ano, na quinta elevação consecutiva. A maioria dos economistas está balizando suas projeções de acordo com declaração recente sobre o tema do presidente do BC, Roberto Campos Neto. No evento MacroDay, promovido pelo BTG Pactual na última semana, Campos Neto afirmou que o BC está acompanhando os componentes do processo inflacionário e as mudanças no curto prazo, mas que nem sempre ocorrerão "alterações no plano de voo", cujo foco é um "horizonte mais longo".
No mercado, a fala foi interpretada como um sinal de que a Selic seria elevada em 1 ponto percentual – como já estava indicado no último comunicado – mesmo com a inflação subindo acima das expectativas.