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Sem orientação de NY, Ibovespa se equilibra nos 110 mil pontos

Em sessão de baixa liquidez por feriado nos Estados Unidos, investidores realizam lucros após índice tocar maior pontuação em 9 meses

Painel de cotações da B3  |  Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 26 de novembro de 2020 às 09h10.

Última atualização em 26 de novembro de 2020 às 18h18.

O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira, 26, próximo da estabilidade, com os investidores realizando lucros. Na véspera, o índice fechou acima dos 110.000 pontos pela primeira vez desde o dia 21 de fevereiro. A marca simbólica chegou a ser perdida logo nos primeiros minutos de negociação, mas retornou ao longo da tarde. O índice subiu 0,09% para 110.244 pontos. Com o mercado americano praticamente inativo devido ao feriado de Ação de Graças, a bolsa brasileira teve um dia de baixa liquidez, sem grande volatilidade. O volume de negociação na bolsa somou 18,2 bilhões de reais, bem abaixo da média diária de novembro, de 36,1 bilhões de reais.

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"O mercado brasileiro estava muito atrelado ao fluxo estrangeiro comprador. Então esse tom de realização é até natural" diz Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos. Até o dia 23 de novembro, data do último dado disponibilizado pela B3, o saldo de capital externo na bolsa estava positivo em 26,7 bilhões de reais no mês, mesmo sem a participação em IPOs. O segundo mês com a maior entrada de fluxo estrangeiro foi junho, quando o saldo ficou positivo em 1,864 bilhão de reais – 93% menor do que o registrado até então em novembro.

As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) e bancos foram as maiores contribuições negativas, em pontos, para o Ibovespa. No campo positivo, os papéis da Vale continuaram com a trajetória de alta que agora já dura dez pregões. A Suzano (SUZB3) liderou os ganhos e subiu 5%, em meio a perspectivas mais positivas para os preços de celulose no mercado internacional. Confira os principais destaques de ações aqui.

Ainda no cenário interno, nesta manhã foram divulgados os dados Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que revelaram criação de 394.989 empregos formais em outubro. Apesar de o número ter ficado muito acima da expectativa mediana do mercado medido pela Bloomberg de 220.000 novos empregos, o dado teve pouco efeito sobre o mercado, que segue realizando lucros. Na véspera o ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia antecipado que os números do Caged viriam positivos.

"O resultado do Caged abafa parte das perdas acumulas entre março e junho, sendo que no acumulado do ano são 171 mil empregos perdidos entre janeiro e outubro. Mas há diferenças setoriais, dado que o agronegócio e construção somam 241 empregos criados, mas o comércio e serviços puxam o resultado para baixo", avaliam analistas da Exame Research.

(BTG Pactual Digital/Divulgação)

"Com o feriado nos Estados Unidos, o volume negociado é mais fraco. Vínhamos em uma sequência de altas nos últimos dias, então faz sentido uma pequena realização", comenta Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos. "Os dados do Caged sempre são importantes, mas não o suficiente para provocar uma variação mais forte tendo em vista o cenário externo."

Sem grandes motivadores no mercado internacional, os índices futuros americanos registraram baixa. Ontem, no último pregão nas bolsas dos EUA antes do feriado, o Dow Jones e o S&P 500, caíram com alguma realização de lucros depois de baterem máximas históricas. Embora o mercado de futuros siga aberto nos Estados Unidos, o à vista só deve voltar ao normal na próxima semana: fica fechado hoje e encerra a sessão mais cedo amanhã.

Na Europa, uma segunda onda de infecções por coronavírus associada a medidas rígidas de lockdown levou as bolsas a fecharem em baixa. O índice FTSEurofirst 300 caiu 0,12%, a 1.512 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdeu 0,12%, a 392 pontos, com ganhos nos setores de tecnologia e saúde compensados por quedas nas ações dos segmentos automotivo e de energia.

No mercado de câmbio, o dólar teve um dia misto contra moedas emegentes. Perante o real, a moeda oscilou durante todo o dia entre leves perdas e ganhos, e encerrou em alta de 0,30%, negociada a 5,33 reais, após variar entre 5,35 reais (+0,72%) e 5,29 reais (-0,45%). "O mercado ficou esvaziado hoje devido ao feriado nos Estados Unidos. Teve um pouco de fluxo saindo, mas o mercado de dólar ficou pequeno", comentou Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos.

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