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Ibovespa fecha no azul com Previdência, mas bancos freiam ganhos

Dólar também reagiu bem ao avanço da reforma e perdeu valor frente ao real, descolado do exterior.

BOLSA: Vale responder por 11,39% do índice Ibovespa / Germano Lüders (Germano Lüders/EXAME/Exame)

BOLSA: Vale responder por 11,39% do índice Ibovespa / Germano Lüders (Germano Lüders/EXAME/Exame)

TL

Tais Laporta

Publicado em 13 de junho de 2019 às 17h29.

Última atualização em 13 de junho de 2019 às 17h54.

Mesmo com o tom positivo pelo parecer da Previdência, o principal índice de ações da B3 perdeu fôlego na tarde desta quarta-feira (13), puxado pela forte queda dos bancos. O Ibovespa avançou 0,46%, mas não conseguiu passar dos 99 mil pontos.

O dólar também reagiu bem ao avanço da reforma e perdeu valor frente ao real, descolado da tendência no exterior. A moeda norte-americana recuou  0,36%, a R$ 3,8546 na venda.

'Leitura não foi bombástica, mas positiva'

O mercado reagiu bem à leitura do texto que modifica as regras da aposentadoria na Comissão Especial da Câmara. Mesmo com a retirada de itens polêmicos, o texto prevê uma economia total de R$ 1,13 trilhão, considerando o fim da transferência de receitas do do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Pedro Galdi, analista da Mirae Asset Wealth Management, pontua que o mercado já havia antecipado o otimismo com o impacto da reforma na véspera, que veio sem surpresas. “A visão é de que não foi algo bombástico, mas positivo, porque mostra que a reforma está caminhando”, diz à EXAME.

Outro ponto que freou o avanço do Ibovespa hoje foi a possibilidade de aumento na tributação dos bancos, que afundou as ações do setor nesta quarta. O relator do parecer da reforma defendeu hoje que a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) pelas instituições financeiras volte a ser de 20%.

Os papéis dos bancos BRADESCO e ITAÚ UNIBANCO caíram em torno de 1% e fizeram o contrapeso negativo no índice.

O maior suporte veio da ação da PETROBRAS, que subiu acima de 1%. Além de refletir o otimismo com a Previdência, a ação refletiu a forte alta do petróleo, impulsionada por um ataque a dois navios petroleiros no Golfo de Omã. Também ajudou o anúncio de que a estatal recebeu propostas finais para venda de ativos em águas rasas dos polos Enchova e Pampo, na Bacia de Campos, de mais de US$ 1 bilhão.

O dia também foi tomado pelo noticiário intenso entre as empresas listadas. Enquanto isso, o viés no exterior foi positivo. Os índices em Nova York subiram amparados pelas ações de energia, na esteira do petróleo e em meio ao otimismo em torno de um corte dos juros nos Estados Unidos.

Outras ações em destaque

A rede de varejo MAGAZINE LUIZA avançou mais de 3%, após elevar sua oferta pela NETSHOES de US$ 3 para US$ 3,70 por ação, igualando a proposta da CENTAURO, que terminou o dia em alta de mais de 1% após cair mais cedo. O conselho da NETSHOES reafirmou a recomendação para que os acionistas votem a favor da operação. Em Nova York, a companhia avançava mais de 10% no final da tarde, a US$ 3,79 por ação.

Mais cedo, a varejista online de artigos esportivos viu seu valor de mercado quase dobrar desde que recebeu a primeira oferta de aquisição pelo Magazine Luiza, no dia 29 de abril.

A mineradora VALE subiu 1,3%, beneficiada pela alta dos preços do minério de ferro na China. Na véspera, segundo a equipe da XP, a empresa reiterou seu foco em segurança e excelência operacional, disciplina de alocação de capital e maximização do valor do portfólio.

A processadora de carnes MARFRIG avançou acima de 4%, entre as maiores altas da sessão, apoiada pela notícia de que o governo retirou o embargo às exportações de carne para a China. Analistas do Morgan Stanley também elevaram a recomendação para as ações da Marfrig e da BRF, enquanto cortaram a da JBS para neutra. JBS tinha queda de 1,2% e BRF subia 4.9%.

A petroquímica BRASKEM subiu, após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspender decisão que impedia a petroquímica de fazer assembleia para discutir a distribuição de dividendos a acionistas. A suspensão está condicionada a seguro garantia no valor integral dos dividendos a serem distribuídos, de aproximadamente R$ 2,6 bilhões.

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