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Ibovespa recua 2,86% com aversão a risco e quebra série de altas semanais

De acordo com dados preliminares, o Ibovespa fechou em baixa de 2,82 por cento, a 76.550,08 pontos

Ibovespa: volume financeiro somava 11,56 bilhões de reais (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Ibovespa: volume financeiro somava 11,56 bilhões de reais (Patricia Monteiro/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 10 de agosto de 2018 às 17h09.

Última atualização em 10 de agosto de 2018 às 17h46.

A semana acabou com fortes quedas na bolsa paulista nesta sexta-feira, pressionada pela maior aversão a risco no mercado global, em meio a uma bateria de notícias corporativas que incluíram explosão em usina da Usiminas e prejuízo bilionário da BRF, além de permanentes receios sobre o panorama eleitoral.

O Ibovespa fechou em baixa de 2,86 por cento, a 76.514,35 pontos, maior queda percentual diária desde o final de maio. O volume financeiro somou 12,3 bilhões de reais, acima da média diária do ano, de 11,5 bilhões de reais.

Na semana, em que todos os pregões encerraram em baixa, o Ibovespa acumulou queda de 6 por cento, quebrando uma sequência de seis semanas de alta, período em que contabilizou elevação de cerca 15 por cento.

Os mercados globais foram minados nesta sessão pelo tombo da lira turca, reflexo do aprofundamento da crise na Turquia, em meio a problemas econômicos e disputa com os Estados Unidos envolvendo sanções, movimento que gerou temores de contágio a outras economias.

Em Wall Street, o S&P 500 encerrou em baixa de 0,7 por cento, com bancos entre as maiores pressões negativas, embora tenha se afastado das mínimas no final da sessão.

Na visão do gestor Marcello Paixão, sócio da administradora de recursos Constância, o efeito de contaminação da aversão a risco com emergentes, em razão principalmente da Turquia, foi acentuado no Brasil devido a incertezas locais, particularmente as eleições, além de alguns resultados corporativos fracos.

"Pode estar ocorrendo redução de risco em ativos como contratos de juros futuros, como ocorreu em junho", afirmou.

Do panorama eleitoral, pesquisa encomendada pela XP Investimentos mostrou pouca mudança no panorama da corrida presidencial, com Jair Bolsonaro, do PSL, ainda liderando as intenções de votos no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas elevado percentual de indecisos.

De acordo com o gestor Marco Tulli, da mesa de operações de Bovespa da Coinvalores, o desempenho ainda fraco de Geraldo Alckmin, do PSDB, não agradou.

Destaques

- USIMINAS PNA fechou em queda de 7,27 por cento, tendo despencado quase 11 por cento no pior momento, após uma usina siderúrgica da companhia em Ipatinga (MG) sofrer uma forte explosão nesta sexta-feira e paralisar alto-fornos, em incidente que deixou 30 feridos.

- B2W caiu 9 por cento, seguida pela controladora LOJAS AMERICANAS, com recuo de 7,56 por cento, em sessão marcada por balanços de ambas, com o setor de consumo entre as maiores quedas do Ibovespa tendo ainda no radar dados mais fracos que o esperado de vendas no varejo no país em junho.

- NATURA cedeu 7,06 por cento, também entre os piores desempenhos, após divulgar queda de 80,5 por cento no lucro líquido do segundo trimestre, para 31,8 milhões de reais, afetada por custos relacionados à rede de lojas The Body Shop e despesas financeiras.

- BRF recuou 6,41 por cento, depois de reportar prejuízo líquido de 1,574 bilhão de reais no segundo trimestre, afetada por fortes perdas com as operações da Polícia Federal envolvendo a empresa e a greve dos caminhoneiros, em resultado muito pior do que o esperado no mercado.

- SABESP encerrou em baixa de 6,37 por cento, tendo como pano de fundo a divulgação de queda de 45 por cento no lucro líquido do segundo trimestre, para 181,9 milhões de reais, impactado por salto no resultado financeiro negativo do período.

- B3 caiu 2,06 por cento, mesmo após divulgar na véspera lucro líquido recorrente de 857,8 milhões de reais no segundo trimestre, alta de 80,3 por cento sobre o mesmo intervalo de 2017, em meio a recordes de volumes e receitas nos segmentos de derivativos e ações.

- BRADESCO PN recuou 4,98 por cento, com o setor bancário como um todo prejudicado pelo viés negativo no pregão. ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 3,63 por cento, tendo ainda no radar aprovação pelo Banco Central para a compra de participação na XP Investimentos.

- PETROBRAS PN cedeu 3,69 por cento, também contaminada pelo mau humor generalizado, apesar do avanço dos preços do petróleo no exterior.

- VALE recuou 0,25 por cento, em dia de queda no preço do minério de ferro na China.

- CVC BRASIL encerrou em alta de 2,31 por cento, entre os poucos ganhos do Ibovespa, após divulgar lucro líquido ajustado de 35,2 milhões de reais no período de abril, uma alta de 63,1 por cento em relação ao segundo trimestre do ano passado considerando dados pro forma.

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