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Ibovespa fecha em queda de 1,01% com influência do câmbio

O dólar registrando forte alta ante outras moedas pelo mundo, e encostou em R$ 3,30 nesta quinta-feira (26)

Ibovespa: ao final dos negócios, o indicador marcou 75.896,35 pontos (Facebook/B3/Reprodução)

Ibovespa: ao final dos negócios, o indicador marcou 75.896,35 pontos (Facebook/B3/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de outubro de 2017 às 18h59.

São Paulo - A bolsa brasileira voltou mostrar fraqueza nesta quinta-feira, 26, como reflexo da pouca disposição do investidor estrangeiro em assumir posições na renda variável doméstica.

O Índice Bovespa abriu em alta, mas não encontrou sustentação para acompanhar os ganhos das bolsas de Nova York.

Pesou mais a influência do câmbio, com o dólar registrando forte alta ante outras moedas pelo mundo.

Ao final dos negócios, o indicador marcou 75.896,35 pontos, em baixa de 1,01%. Os negócios somaram R$ 9,1 bilhões.

"Não houve uma notícia específica para conduzir o mercado, o que manteve a bolsa sem um viés claro em boa parte do pregão. O viés de baixa acabou sendo fortalecido na reta final não por um fato isolado, mas pelo estresse no câmbio, com o euro levando uma surra, que respingou forte nos mercados emergentes", disse um experiente operador de renda variável.

Na mínima, registrada nos últimos minutos da sessão, o Ibovespa recuou 1,12%.

Lá fora, o dólar acabou sendo fortalecido ante o euro e outras moedas pelo mundo depois da decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que anunciou a redução do seu programa de estímulos econômicos a partir de janeiro de 2018.

A autoridade monetária europeia informou que irá diminuir o volume de compras de títulos dos atuais 60 bilhões de euros para 30 bilhões de euros mensais. Ante o real, o dólar teve alta de 1,42%, cotado a R$ 3,2845.

Internamente, a rejeição da denúncia contra o presidente Michel Temer foi fator colocado em segundo plano, mas que acabou por evidenciar o ceticismo do mercado quanto à capacidade do governo fazer avançar a reforma da Previdência.

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa Selic em 0,75 ponto porcentual tampouco fez preço na Bolsa, dada a previsibilidade indicada pelo Banco Central.

Entre as ações que compõem o Ibovespa, um dos principais destaques de baixa foram as ações ordinárias da Vale, que caíram 2,62%.

Mais cedo, a mineradora anunciou lucro de líquido de US$ 2,23 bilhões no terceiro trimestre, quase quatro vezes mais que no mesmo período de 2016.

No entanto, analistas que acompanham o setor apontaram cautela por conta das expectativas em relação ao preço futuro da commodity. No mercado à vista chinês, o minério de ferro voltou a cair.

Também contribuíram para o sinal negativo da bolsa as ações do setor bancário, que ainda contabilizam ganhos expressivos no acumulado do ano.

Os papéis chegaram a exibir ganhos pela manhã, mas inverteram o sinal à tarde. Itaú Unibanco PN perdeu 0,61% e Bradesco PN recuou 0,91%.

Já as units do Santander Brasil caíram 3,60%, no dia em que o banco anunciou lucro líquido gerencial de R$ 2,586 bilhões no terceiro trimestre, 37,3% acima do mesmo período do ano passado.

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