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Ibovespa fecha em queda de 0,43% e tem 1º recuo mensal do ano

No front político, o mercado ainda vê espaço para promover ajustes de curto prazo em meio ao noticiário menos favorável ao governo Temer

B3: "O mercado está apático, está faltando algum fenômeno novo para ver se o mercado se mexe", (Facebook/B3/Reprodução)

B3: "O mercado está apático, está faltando algum fenômeno novo para ver se o mercado se mexe", (Facebook/B3/Reprodução)

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Reuters

Publicado em 31 de março de 2017 às 18h20.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou em baixa nesta sexta-feira, com as ações de bancos e da Vale pressionando negativamente o índice, enquanto empresas do setor de papel e celulose lideraram a ponta positiva do pregão.

O Ibovespa recuou 0,43 por cento, a 64.984 pontos. Na semana o índice subiu 1,77 por cento, mas encerrou o mês em queda de 2,52 por cento, no primeiro desempenho negativo mensal do ano.

Apesar do recuo em março, o Ibovespa fechou o primeiro trimestre com alta acumulada de 7,9 por cento.

O volume financeiro do pregão somou 6,76 bilhões de reais, abaixo da média diária para o mês até a véspera, de 8,28 bilhões de reais.

"O mercado está apático, está faltando algum fenômeno novo para ver se o mercado se mexe", disse o operador da corretora BGC Liquidez Alexandre Soares sobre o movimento mais fraco nas últimas sessões.

No front político, o mercado ainda vê espaço para promover ajustes de curto prazo em meio ao noticiário recente menos favorável ao governo do presidente Michel Temer, incluindo o adiamento da votação sobre recuperação fiscal dos Estados por falta de acordo e a aprovação da terceirização por margem estreita.

Ainda entre as notícias locais desfavoráveis, a atividade econômica do país iniciou o ano com desempenho pior que o esperado, gerando cautela. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), recuou 0,26 por cento em janeiro ante dezembro, enquanto estimativa de analistas consultados pela Reuters apontava queda de 0,10 por cento.

Por outro lado, a criação de uma nova taxa de juros para balizar o custo dos financiamentos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que passará a contar com menos subsídios da União, a partir de 1º de janeiro de 2018, foi bem recebida por analistas, por trazer mais previsibilidade aos negócios.

"O maior problema do empresário era ficar à mercê de uma canetada do CMN (Conselho Monetário Nacional) para aumentar o diminuir a taxa. Agora essa taxa vai ser dada pelo próprio mercado", disse Soares.

Destaques

- ITAÚ UNIBANCO PN teve desvalorização de 1,66 por cento, enquanto BRADESCO PN perdeu 0,8 por cento, ajudando a pressionar o Ibovespa devido ao peso que os papéis têm sobre o índice.

- VALE PNA caiu 1,12 por cento e VALE ON perdeu 1,03 por cento, em mais uma sessão de baixa para os contratos do minério de ferro na China.

- RAIA DROGASIL ON recuou 1,08 por cento e HYPERMARCAS ON perdeu 0,89 por cento, após o governo federal autorizar reajuste de até 4,76 por cento nos preços de medicamentos por parte dos fabricantes a partir desta sexta-feira. Para analistas do BTG Pactual, o reajuste deve comprimir margens das empresas.

- PETROBRAS PN subiu 0,28 por cento e PETROBRAS ON avançou 0,33 por cento, em sessão sem rumo único para os contratos de referência do petróleo no mercado internacional. No radar estava o anúncio da petroleira de que sua diretoria indicou cinco grupos de ativos que terão os processos de venda reiniciados nas próximas duas semanas para seguir determinações do Tribunal de Contas da União.

- FIBRIA ON subiu 5,71 por cento e SUZANO PAPEL E CELULOSE PNA avançou 5,83 por cento. Analistas do BTG Pactual citaram que o serviço de informações especializado no setor de papel e celulose RISI noticiou que a Asia Pulp & Paper (APP) informou que o Projeto Oki não deve vender celulose ao mercado em 2017, além da interrupção temporária de produção em diversas plantas na Ásia, o que deve favorecer as empresas brasileiras.

- KLABIN ganhou 2,36 por cento. Além das notícias do setor, investidores tinham ainda no radar o anúncio da véspera da indicação do atual diretor executivo de "conversões e comercial papéis", Cristiano Cardoso Teixeira, para a presidência executiva da companhia, em substituição a Fabio Schvartsman, que vai assumir a presidência da Vale.

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