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Ibovespa fecha em queda com apreensão sobre cena eleitoral e economia

No final do pregão, o Ibovespa acusou queda de 0,68 por cento, a 76.117 pontos. No pior momento do dia, caiu 1,5 por cento, a 75.517 por cento

Ibovespa: das 67 ações que compõem o índice, apenas 16 subiram, enquanto as demais 51 encerraram o dia no vermelho (Paulo Whitaker/Reuters)

Ibovespa: das 67 ações que compõem o índice, apenas 16 subiram, enquanto as demais 51 encerraram o dia no vermelho (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 6 de junho de 2018 às 17h06.

Última atualização em 6 de junho de 2018 às 17h48.

São Paulo - O Ibovespa, principal índice de ações da B3, fechou em queda pelo segundo pregão seguido nesta quarta-feira, chegando a se aproximar das mínimas do ano, com o cenário eleitoral incerto e preocupações sobre a economia brasileira mantendo investidores melindrados.

No final do pregão, o Ibovespa acusou queda de 0,68 por cento, a 76.117 pontos. No pior momento do dia, caiu 1,5 por cento, a 75.517 por cento, perto da mínima intradia do ano, de 75.336 pontos, registrada no começo da semana passada. O volume financeiro na bolsa nesta sessão somou 12,983 bilhões de reais.

A queda só não foi maior por causa do desempenho das exportadoras, algumas delas com peso relevante no Ibovespa, como a mineradora Vale, que se beneficiam do maior patamar do dólar ante o real.

Das 67 ações que compõem o Ibovespa, apenas 16 subiram, enquanto as demais 51 encerraram o dia no vermelho.

Entre as maiores quedas, figuraram papéis atrelados ao desempenho da economia doméstica, particularmente consumo, conforme a atividade vem reagindo de forma mais lenta do que o esperado e os dados de emprego ainda não animam.

Na visão do diretor de gestão da Mapfre Investimentos, Carlos Eduardo Eichhorn, a perspectiva é de volatilidade na bolsa à frente, principalmente por causa das eleições e diante da possibilidade de dados começarem a confirmar a piora da economia, em particular após a greve dos caminhoneiros.

"A cada pesquisa, dependendo do que mostrar, pode haver um rebalanceamento das expectativas eleitorais e levar a movimentos abruptos", disse, reforçando que há muitas incertezas no horizonte. "E daí sobra volatilidade", acrescentou.

A Bovespa voltou a destoar de suas pares no exterior nesta sessão, com Wall Street encerrando com alta em seus principais índices, enquanto o índice MSCI de ações de mercados emergentes avançou 0,57 por cento - embora o movimento externo tenha ajudado a limitar as perdas locais.

Profissionais da área de renda variável também veem a bolsa fragilizada pela saída de estrangeiros, com os primeiros dois pregões do mês já mostrando saída líquida de 2 bilhões de reais dessa classe de investidores. No ano, o saldo já está negativo em 6 bilhões de reais.

Em relatório mais cedo, a equipe da corretora H.Commcor destacou que investidores estão sem razões para retomar as compras de ativos brasileiros em uma conjuntura altamente incerta em termos econômicos, fiscais e eleitorais.

Destaques

- ITAÚ UNIBANCO PN caiu 2,54 por cento, em sessão negativa para o setor bancário como um todo, tendo no radar notícia de que o maior banco privado do país perdeu uma disputa de 2,7 bilhões de reais com a União relacionada à operação que formou o conglomerado, há dez anos, segundo o jornal Valor Econômico. O Itaú disse que vai recorrer.

- PETROBRAS PN fechou em baixa de 1,57 por cento e PETROBRAS ON recuou 0,57 por cento, conforme os papéis seguem afetados pelos receios sobre a autonomia da petroleira.

- B2W caiu 6,95 por cento, destaque de baixa do Ibovespa, com papéis ligados ao consumo novamente pressionados dada a retomada mais lenta do que o previsto da atividade econômica e dados ainda fracos sobre emprego. MAGAZINE LUIZA recuou 5,53 por cento.

- GOL PN perdeu 5,40 por cento, em meio à valorização do dólar ante o real, que tem impacto nos custos das companhias aéreas. A Gol divulgou alta de 2,6 por cento na demanda doméstica em maio. A sua controlada SMILES desabou 9,32 por cento.

- VALE subiu 4,36 por cento, no segundo pregão seguido de ganhos, acompanhando a elevação do preço do minério de ferro à vista na China, mas também beneficiada pela valorização do dólar ante o real, que fechou em alta de 0,75 por cento, a 3,8384 reais.

- SUZANO valorizou-se 7,58 por cento, em meio a um ambiente ainda favorável para aumento de preços de celulose, além do efeito benigno do movimento de fortalecimento do dólar frente à moeda brasileira.

- MARFRIG subiu 1,25 por cento, tendo também de pano de fundo o anúncio de que finalizou a compra de 51 por cento da norte-americana National Beef Packing Company, após receber na véspera as autorizações necessárias para finalizar a aquisição.

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