Ibovespa: índice de referência do mercado acionário brasileiro caiu 2,62%, a 83.063,56 pontos (Renato S. Cerqueira/FuturaPress)
Reuters
Publicado em 24 de outubro de 2018 às 17h18.
Última atualização em 24 de outubro de 2018 às 17h48.
São Paulo - O Ibovespa fechou em queda de mais de 2 por cento nesta quarta-feira, minado pelo forte recuo das bolsas nos Estados Unidos, tendo como pano de fundo o começo da temporada de resultados no país com Fibria e WEG em meio à ausência de novidades relevantes no cenário eleitoral a poucos dias do desfecho do segundo turno.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 2,62 por cento, a 83.063,56 pontos, menor patamar desde 11 de outubro. O volume financeiro do pregão somou 13,6 bilhões de reais.
Nos Estados Unidos, o S&P 500 encerrou em baixa de 3 por cento, engatando o sexto pregão seguido no vermelho, com previsões fracas de fabricantes de chips aumentando as preocupações sobre o impacto nos resultados das companhias da adoção de tarifas e da desaceleração econômica na China.
As perdas se acentuaram após o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) afirmar em seu Livro Bege, relatório sobre a economia norte-americana, que as fábricas elevaram os preços em razão das tarifas, mas que a inflação parecia modesta ou moderada na maior parte do país. Dados fracos sobre moradias nos EUA também pesaram.
"A direção do mercado doméstico foi determinada por Nova York, onde o noticiário econômico-corporativo desfavorável combinado com o susto acerca de pacotes enviados a ex-presidentes dos EUA abriram espaço para nova realização lucros", disse o gestor Marco Tulli, da mesa de Bovespa da Coinvalores.
"No começo do mês, o S&P 500 renovou máxima histórica. Não fica difícil encontrar motivos para embolsar lucros. E a bolsa no Brasil, como na maioria das vezes, acompanhou", acrescentou.
No cenário eleitoral doméstico, o gestor Frederico Mesnik, sócio-fundador da Trígono Capital, observa que não há nada de novo para mudar no curto prazo, com uma provável vitória do candidato Jair Bolsonaro já bastante precificada no mercado.
- VALE caiu 4,09 por cento, seguindo o movimento de outras mineradoras no exterior, antes da divulgação do balanço do terceiro trimestre, ainda nesta quarta-feira. A expectativa entre analistas é de desempenho forte após dados recordes de produção e venda de minério de ferro no período.
- ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 2,6 por cento, contaminado pelo viés mais negativo vindo do exterior, que enfraqueceu bancos de modo geral, com o índice do setor financeiro recuando 2,31 por cento.
- AMBEV recuou 4,45 por cento, em meio a expectativas negativas para o balanço da fabricante de bebidas. A rival Heineken disse que aumentou as vendas de cerveja em todas as quatro regiões do mundo no terceiro trimestre, com Brasil entre os destaques.
- COSAN despencou 9,95 por cento, após anunciar que, em conjunto com a Cosan Logística, avaliará a viabilidade de incorporação da mesma, com ambas buscando otimizar a estrutura societária do grupo e reduzir custos operacionais. COSAN LOG, que não está no Ibovespa, subiu 8,35 por cento.
- PETROBRAS PN recuou 1,98 por cento, sucumbindo ao viés de baixa na bolsa como um todo. Mais cedo no pregão, subiu até 3 por cento. A petrolífera de controle estatal anunciou início da produção de petróleo e gás natural na área de Lula Extremo Sul, no pré-sal da Bacia de Santos, por meio da plataforma P-69.
- FIBRIA subiu 1,12 por cento, após Ebitda recorde no terceiro trimestre. Em teleconferência sobre o resultado, a empresa disse que o mercado global de celulose deve continuar apertado nos próximos meses. A Fibria está em processo de ser incorporada pela Suzano, que avançou 2,46 por cento.
- WEG encerrou em alta de 0,78 por cento, em sessão sem viés claro, com resultado trimestral mostrando crescimento de mais de 20 por cento no Ebitda e de mais de 30 por cento na receita, mas queda na margem bruta, o que já era esperado, conforme analistas do Itaú BBA, que consideraram o balanço neutro.