B3: "O investidor não quer ficar exposto com a expectativa por uma notícia importante como esta amanhã" (Patricia Monteiro/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 1 de novembro de 2017 às 18h54.
São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou no vermelho nesta quarta-feira, perdendo fôlego após os ganhos vistos mais cedo, com investidores adotando cautela antes do feriado local e diante de incertezas com a política interna.
O movimento também foi permeado pela expectativa em torno do anúncio do novo líder do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, a ser anunciado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, na quinta-feira.
O Ibovespa fechou o primeiro pregão de novembro em queda de 0,65 por cento, a 73.823 pontos. O giro financeiro somou 9,9 bilhões de reais, após marcar em outubro o maior volume médio diário do ano até o momento, com 10,2 bilhões de reais.
O anúncio do nome que sucederá Janet Yellen à frente do Fed é aguardado para que investidores possam ajustar suas apostas sobre o ritmo de alta de juros norte-americanos.
"O investidor não quer ficar exposto com a expectativa por uma notícia importante como esta amanhã", disse o analista de investimentos Pedro Galdi, da corretora Magliano.
Neste pregão, após abrir em alta e subir 1,2 por cento na máxima da sessão, o Ibovespa perdeu força durante a tarde, voltando a flertar com o terreno positivo após a divulgação da decisão do Fed, que manteve a taxa básica de juros, conforme esperado. No entanto, a cautela prevaleceu e o índice voltou para o território negativo.
Em seu comunicado, o Fed ressaltou o sólido crescimento econômico dos Estados Unidos e o fortalecimento no mercado de trabalho, enquanto minimizou o impacto dos recentes furacões, sinal de que está no caminho para aumentar a taxa em dezembro. No entanto, segundo operadores, o comunicado não trouxe mudanças significativas para alterar a tendência do ritmo gradual na alta de juros.
No front local, o cenário político segue limitando as tentativas de melhora do mercado acionário, conforme investidores aguardam alguma indicação sobre o andamento da agenda de reformas do governo, principalmente a da Previdência.
- BRADESCO PN recuou 3,11 por cento, após reportar os números do terceiro trimestre que, segundo a equipe do BTG Pactual, apesar de mostrarem boa qualidade de ativos foi um pouco decepcionante no lado da receita. Mais cedo, o Bradesco informou que teve lucro líquido ajustado de 4,81 bilhões de reais no período, avanço sequencial de 2,3 por cento e de 7,8 por cento na comparação ano a ano. A despesa com provisões para perdas com inadimplência caiu 23,1 por cento e 33,4 por cento nas comparações trimestral e anual, respectivamente, a 3,82 bilhões de reais.
- ITAÚ UNIBANCO PN caiu 1,67 por cento, engatando o quinto pregão seguido no vermelho e acumulando perda de quase 6,5 por cento no período, ajudando a pressionar o Ibovespa devido ao peso em sua composição.
- ELETROBRAS ON caiu 5,90 por cento e ELETROBRAS PNB perdeu 6,08 por cento, tendo como pano de fundo a informação de que o governo federal deve optar por um projeto de lei para viabilizar a privatização da estatal elétrica, ao invés de uma medida provisória, conforme previsto anteriormente.
- VALE ON teve alta de 2,24 por cento, em dia de ganho para os contratos futuros do minério de ferro na China e buscando uma recuperação após acumular queda de mais de 5 por cento nos cinco pregões anteriores.
- EDP BRASIL avançou 1,81 por cento, com investidores reagindo aos números do terceiro trimestre que mostraram lucro líquido de 140,1 milhões de reais e lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) de 551,5 milhões de reais. Segundo analistas do Credit Suisse, os resultados foram bons e outro desempenho positivo da área de comercialização e a melhora na inadimplência ajudaram os resultados consolidados, assim como o desempenho da usina de Pecém.
- PETROBRAS PN subiu 0,78 por cento e PETROBRAS ON ganhou 0,69 por cento, mantendo o tom positivo apesar da mudança de rumo nos preços do petróleo no mercado internacional, que fecharam no vermelho.
- MAGAZINE LUIZA ON, que não faz parte do Ibovespa, avançou 5,08 por cento após a empresa reportar seus resultados referentes ao terceiro trimestre, com forte alta no lucro e na receita. No período de julho a setembro, o lucro líquido da varejista somou 92,5 milhões de reais, 3,7 vezes acima do verificado um ano antes, de 24,8 milhões de reais.