Bolsa: Ibovespa avançou e voltou aos 98 mil pontos com anúncios de reforma (NurPhoto/Getty Images)
Reuters
Publicado em 14 de fevereiro de 2019 às 18h05.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2019 às 18h40.
O Ibovespa fechou em alta de mais de 2 por cento nesta quinta-feira, ampliando os ganhos no final da sessão após o presidente Jair Bolsonaro aprovar o texto da reforma da Previdência que será enviado ao Congresso no próximo dia 20, bem como encerrar o impasse sobre a idade mínima que vinha causando ruídos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 2,27 por cento, a 98.015,09 pontos, perto da máxima da sessão (98.018,83 pontos). O volume financeiro somou 19,1 bilhões de reais.
A cerca de 1 hora do fechamento do pregão, o secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, afirmou que Bolsonaro decidiu por uma idade mínima de 65 anos para homens e de 62 anos para mulheres, patamares que serão atingidos após um período de transição de 12 anos.
"Ainda faltam detalhes, mas ao que tudo indica Guedes e companhia conseguirão emplacar uma reforma robusta. O jogo começa só agora e está dentro do cronograma", destacou o estrategista Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos, em nota enviada a clientes.
Para o economista-chefe do Banco J. Safra, Carlos Kawall, foi um desfecho muito positivo. "Ganhos com transição e idade mínima em torno de 400 bilhões de reais em dez anos. Com ganhos totais da reforma em torno de 600 bilhões a 700 bilhões de reais", disse o ex-secretário do Tesouro Nacional.
A bolsa já tinha encontrado um suporte mais cedo, após dados mostrarem que as vendas no varejo norte-americano tiveram a maior queda em mais de nove anos em dezembro. No mercado de juros futuros nos Estados Unidos, aumentaram as apostas de que o Federal Reserve reduzirá a taxa de juros até o fim do ano.
Para o gestor Henrique Bredda, da Alaska Asset Management, se não vier nenhum balde de água fria do exterior e o noticiário de Brasília acalmar, o Ibovespa tem chance de retomar sua trajetória de alta em busca dos 100 mil pontos.
- BANCO DO BRASIL subiu 5,11 por cento, após o banco de controle estatal divulgar balanço trimestral considerado positivo por analistas, que também receberam bem as previsões para 2019. "Podemos alcançar a rentabilidade dos bancos privados ou até superar", disse a jornalistas Rubem Novaes, que assumiu a presidência-executiva do BB em janeiro.
- BRADESCO PN avançou 3,81 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN valorizou-se 2,66 por cento, também embalados pelo noticiário sobre a proposta da reforma da Previdência, após titubearem em parte relevante da sessão. SANTANDER BRASIL UNIT subiu 2,68 por cento.
- PETROBRAS PN fechou em alta de 3,45 por cento, tendo de pano de fundo a alta dos preços do petróleo no exterior e também contagiada pela melhora da bolsa na parte da tarde.
- VALE encerrou com acréscimo de 0,37 por cento, em sessão com alta nos preços do minério de ferro na China, enquanto o papel continua volátil por incertezas sobre os desdobramentos relacionados à tragédia com o rompimento de uma barragem da mineradora em Minas Gerais. O Ministério Público Federal disse que a Vale privilegiou lucro a segurança de trabalhadores em Brumadinho. Já o presidente-executivo da companhia, Fabio Schvartsman, defendeu que ela não seja condenada pelo ocorrido.
- ESTÁCIO avançou 4,93 por cento, entre os destaques positivos. O Itaú BBA trocou Estácio por Kroton em sua carteira Buy List, mas reiterou expectativa de que o segmento de educação deve ter um bom desempenho durante a retomada econômica do Brasil. KROTON subiu 2,93 por cento.
- SUZANO fechou em baixa de 1,79 por cento, uma das poucas no vermelho no final da sessão, conforme o dólar futuro acelerou as perdas com o noticiário sobre a Previdência.