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Ibovespa fecha em alta com NY após ata do Fed; varejistas disparam

Petrobras cai com petróleo em meio a temores de menor demanda por recessão

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 6 de julho de 2022 às 18h04.

Última atualização em 6 de julho de 2022 às 19h50.

Após dois pregões de queda, o Ibovespa voltou a subir. O principal índice da B3 encerrou esta quarta-feira, 6, em alta, acompanhando o movimento das bolsas de Nova York. No exterior, os mercados entraram em terreno positivo após a divulgação da ata do Fomc, o comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americano).

  • Ibovespa: + 0,43%, aos 98.718 pontos

A ata reforçou a preocupação da autoridade monetária com o avanço da inflação e, por hora, tirou o foco dos mercados de ações da possibilidade de recessão nos Estados Unidos. O alívio veio em meio a avaliações de que a ata não trouxe surpresas negativas. 

  • S&P 500 (Nova York): + 0,23%
  • Dow Jones (Nova York): + 0,36%
  • Nasdaq (Nova York): + 0,35%

A mudança ajudou o Ibovespa a superar a queda dos papéis da Petrobras (PETR3/PETR4), que derrubaram o índice no início do dia. A possibilidade de recessão continua pesando sobre os mercados de commodities, e o petróleo volta a cair no exterior. A commodity, que já havia despencado 10% na véspera, cai mais de 2% nesta quarta e chegou a ser negociada abaixo de US$ 100 pela primeira vez desde abril.

Preocupações sobre risco de recessão global se tornaram principal gatilho de desvalorização da commodity. O Citigroup prevê em relatório recente que, com queda de demanda, o preço da commodity caia do patamar de US$ 100 para US$ 65. Além da Petrobras, outras ações do setor acompanham as quedas.

 O mercado de câmbio também refletiu as preocupações do mercado. O Dxy, índice que representa a variação do dólar contra moedas desenvolvidas (e mais negociadas) voltou a renovar o maior patamar desde 2002 nesta manhã. No Brasil, a moeda americana subiu pelo quinto pregão consecutivo, seguindo a alta do dólar frente a divisas emergentes. 

  • Dólar: + 1,30%, R$ 5,460

Destaques de ações

Apesar dos temores de recessão internacional, varejistas brasileiras voltaram a disparar pelo segundo dia consecutivo na B3. Além das gigantes do setor, como Magazine Luiza, Via e Americanas, empresas dependentes da atividade econômica local acompanharam as maiores altas do dia. Os papéis ainda estão entre as maiores quedas do ano, pressionados por alta das taxas Selic e de inflação.

Considerando o resultado de hoje somado ao pregão da véspera, Via (VIIA3) disparou 24,72%, enquanto Americanas (AMER3) e Magazine Luiza (MGLU3) avançaram, respectivamente, 21,50% e 16,78% no mesmo período.

Os fortes ganhos é reflexo de um movimento de rotação nas carteiras dos investidores, que estão em busca de pechinchas. E o setor de varejo é um dos setores mais descontados da bolsa, pressionados pela alta das taxas Selic e de inflação. 

Os papéis do Magalu, por exemplo, recuam 65% no ano e são as ações com maior queda do índice em 2022. Já as ações da Via caem 56% no mesmo período, enquanto as da Americanas recuam 50%.

"O mercado está buscando oportunidades em ativos descontados e de olho em algum sinal da inflação perdendo força, com expectativa de redução de preço dos combustíveis via ICMS. Os investidores querem entender o fim do ciclo de alta da Selic [e como isso pode impactar as ações]", disse Régis Chinchila, analista da Terra.

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