B3: Bradesco ganhou 3,87%, o melhor desempenho do setor bancário do Ibovespa (Patricia Monteiro/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 14 de junho de 2017 às 18h36.
São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou praticamente estável nesta quarta-feira, após o Federal Reserve não surpreender e elevar os juros dos Estados Unidos, em sessão pressionada pela forte queda nos preços do petróleo, enquanto as ações do Bradesco ficaram entre as maiores influências positivas.
O pregão foi marcado ainda por vencimento de opções sobre o Ibovespa e sobre o índice futuro, adicionando volatilidade aos negócios.
O Ibovespa fechou em leve alta de 0,15 por cento, a 61.922 pontos, após subir pouco mais de 1 por cento na máxima do dia e cair 0,52 por cento no pior momento da sessão. O giro financeiro somou 22,17 bilhões de reais, inflado pelos vencimentos.
O banco central norte-americano elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 1,00 a 1,25 por cento, citando contínuo crescimento econômico dos Estados Unidos e o fortalecimento do mercado de trabalho, e anunciou que começará a reduzir sua carteira de Treasuries e outros títulos este ano.
"Acabou a expectativa com o Fed, que foi dentro do consenso, então agora a gente volta para as nossas questões internas", disse o gerente de renda variável da H.Commcor Ari Santos.
Os receios com a situação política brasileira permanecem no radar dos investidores, que ainda esperam mais clareza sobre o andamento das reformas no Congresso Nacional, diante da crise que afeta o governo desde as acusações contra o presidente Michel Temer.
- BRADESCO PN ganhou 3,87 por cento, o melhor desempenho do setor bancário do Ibovespa, após o banco informar que a Justiça decidiu trancar a ação contra o diretor-presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, no âmbito da operação Zelotes. As ações ordinárias subiram 3,37 por cento.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 0,89 por cento, também colaborando com o tom positivo do índice devido ao peso das ações em sua composição, mas afastando-se das máximas da sessão, quando subiu 2 por cento.
- COSAN ON ganhou 1,28 por cento, após a Raízen Energia, joint venture da Cosan e da Shell, fazeroferta de 823 milhões de reais para comprar as usinas de Santa Cândida e Paraíso, da Tonon Bioenergia, que está em recuperação judicial. Segundo analistas da Coinvalores, a operação "é marginalmente positiva para a Cosan, que pode expandir seus negócios através do processo de consolidação no setor sucroalcooleiro".
- PETROBRAS PN perdeu 2,47 por cento e PETROBRAS ON recuou 2,38 por cento, acompanhando as fortes baixas dos preços do petróleo no mercado internacional, que foram pressionados pelos dados de estoques nos Estados Unidos. [O/R]
- VALE PNA caiu 1,37 por cento e VALE ON perdeu 1,02 por cento, revertendo os ganhos vistos mais cedo e na contramão da alta para os contratos futuros do minério de ferro na China, que se recuperaram de mínima em sete meses. Com o movimento desta sessão, os papéis da mineradora engataram a terceira sessão seguida de perdas.
- CESP PNB, que não faz parte do Ibovespa, caiu 4,8 por cento. A empresa informou na véspera que o Conselho Diretor do Programa de Desestatização decidiu recomendar o prosseguimento da venda da empresa sem considerar a renovação do prazo das concessões de suas usinas. Após o anúncio, o Credit Suisse cortou a recomendação das ações da elétrica para 'neutra' ante 'outperform' e reduziu o preço-alvo a 20 reais, ante 23 reais.