Mulher passa em frente a logotipo da Bovespa: a equipe da corretora do banco estima saída líquida de mais de 1 bilhão de reais (Nacho Doce/Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de maio de 2016 às 10h50.
São Paulo: A Bovespa mostrava fraqueza nesta segunda-feira, quando o pregão deve ter liquidez reduzida por feriado nos Estados Unidos, enquanto a manutenção de ruídos políticos locais corrobora posições mais cautelosas nos negócios.
Às 10h32, o Ibovespa caía 0,3%, a 48.903 pontos. O volume financeiro somava 115 milhões de reais.
O mercado acionário norte-americano está fechado em razão do "Memorial Day". A bolsa de Londres também não funcionou, ajudando a esvaziar o pregão brasileiro.
Ainda no exterior, o petróleo recuava após o Iraque aumentar sua meta de exportações antes de uma reunião da Opep e com o Canadá se preparando para retomar produção após incêndios florestais.
No Brasil, o avanço da operação Lava Jato mantinha o desconforto, uma vez que endossa apreensão sobre o apoio político a medidas consideradas difíceis, em meio à divulgação de nova gravação envolvendo ministro do governo Michel Temer.
O dia incluía participações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em eventos. Em São Paulo, ele repetiu que não descarta aumento de impostos no futuro, apesar de uma medida nesta direção não estar na mesa no momento.
O Credit Suisse ainda destacou que a bolsa brasileira pode, pelo menos até terça-feira, ficar pressionada pelo rebalanceamento do índice global MSCI. A equipe da corretora do banco estima saída líquida de mais de 1 bilhão de reais.
"A notícia não é nova, porém o que vimos desde o anúncio é que uma parte dos investidores se concentrou mais nas adições (AES Tietê ) e exclusões (Estácio e B2W ) do que no tamanho e abrangência do fluxo que vamos ter que 'digerir' amanhã", diz a nota enviada a clientes.
O rebalanceamento semianual do índice global MSCI e suas subdivisões, incluindo a do Brasil, foi divulgado na noite do dia 12 de maio e passa a vigorar após o fechamento do dia 31 de maio.
Destaques
PETROBRAS tinha as preferenciais em queda de 1,1%, na esteira do recuo dos preços do petróleo no exterior e com desdobramentos políticos domésticos também no radar.
MRV caía 1,31%, novamente pressionada por ruídos relacionados ao programa Minha Casa Minha Vida. O jornal O Globo diz que o governo decidiu acabar com os subsídios concedidos aos mutuários mais pobres no programa habitacional.
BRADESCO cedia 0,66% e ITAÚ UNIBANCO caía 0,34%, determinando a direção do Ibovespa dada a relevante fatia que ambos detêm no índice.
BANCO DO BRASIL tinha acréscimo de 0,5%. Meirelles afirmou em evento nesta manhã que não há pressa na venda de ações do Fundo Soberano. Na semana passada, o papel sofreu com o anúncio de extinção do fundo.
QUALICORP subia 2,31%, após desabar 7% na sexta-feira pressionada por noticiário da operação Acrônimo, que investiga propina na campanha do governador de Minas, Fernando Pimentel (PT).
VALE mostrava as preferenciais caindo 0,18%, após recuo dos preços do minério de ferro na China.