O Ibovespa perdeu 1,18 %, a 49.180 pontos, segundo dados preliminares, no menor nível de fechamento desde agosto de 2011 (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de junho de 2013 às 18h15.
São Paulo - O índice referencial da bolsa paulista amargou seu quarto pregão seguido de queda nesta quarta-feira, fechando novamente no menor patamar desde agosto de 2011, pressionado pelo mau humor externo e por preocupações com a saúde da economia doméstica.
O Ibovespa perdeu 1,18 %, a 49.180 pontos, segundo dados preliminares, no menor nível de fechamento desde agosto de 2011. O giro financeiro do pregão foi de 8,21 bilhões de reais. Na mínima da sessão, o Ibovespa chegou a cair 2,06 %.
Com isso, o índice perdeu mais um suporte técnico, nos 49.400 pontos, tendo como próximo ponto de apoio os 47.800 pontos, segundo relatório do BB Investimentos.
"Os investidores ficaram acostumados com o quadro de excesso de liquidez global e agora o clima é de pânico, por causa da possibilidade de que os bancos centrais comecem a diminuir os estímulos", disse o operador Luiz Roberto Monteiro, da Renascença Corretora.
"Mas além do exterior ruim, a Bovespa cai mais do que os outros mercados porque temos o agravante que é a intervenção do governo na economia", acrescentou Monteiro. O referencial norte-americano S&P 500 fechou em baixa de 0,84 %.
A sessão na Bovespa foi instável, influenciada tanto pelo movimento de Wall Street quanto por ajustes para o vencimento de opções sobre o Ibovespa, além do vencimento de índice futuro na BM&F, segundo operadores.
Agentes também operaram sob a expectativa de que o governo brasileiro possa anunciar em breve novas medidas para fortalecer a situação fiscal do país.
Logo no início dos negócios, o Ibovespa chegou a subir 1,2 % na máxima intradiária, esboçando recuperação após ter acumulado baixa de quase 6 % nos três últimos pregões.
Mas o mercado não conseguiu sustentar a alta após a mudança de direção de Wall Street e migrou de vez para o campo negativo no início desta tarde.
"O mercado deve continuar volátil", disse o analista William Alves, da XP Investimentos.
As blue chips pesavam no índice, com destaque para a petrolífera OGX, que afundou mais de 10 %, a 1,04 real.
Segundo o sócio-diretor da Intrader Corretora, Anderson Luz, o fato do controlador Eike Batista ter reduzido sua participação na companhia azedou de vez o humor do mercado.
"Se o próprio dono está se desfazendo das ações, provavelmente não é um bom negócio." A fabricante de papel para embalagens Klabin também teve forte queda, após a companhia anunciar na noite da véspera que construirá sozinha nova fábrica no Paraná, o chamado Projeto Puma, e fará uma emissão 1,7 bilhão de reais em units para tocar o projeto.
"O projeto parece muito interessante do lado operacional, mas no curto prazo existe a pressão de aumento do endividamento, consumo de fluxo de caixa, além de uma oferta de papéis que acaba gerando diluição para os acionistas", disse Alves.