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Ibovespa cai mais de 2% pressionado por perdas da Petrobras

O principal índice da B3 fechou a 70.826 pontos, a menor pontuação de fechamento desde 23 de agosto

Ibovespa: o Ibovespa fechou em queda de 2,27%, a 70.826 pontos (Paulo Whitaker/Reuters)

Ibovespa: o Ibovespa fechou em queda de 2,27%, a 70.826 pontos (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 14 de novembro de 2017 às 18h43.

Última atualização em 14 de novembro de 2017 às 19h04.

São Paulo - O principal índice da B3 fechou em queda nesta terça-feira, abaixo dos 71 mil pontos, pressionado pela forte queda nas ações da Petrobras após a empresa reportar balanço trimestral e em meio à queda dos preços do petróleo no mercado internacional.

O Ibovespa fechou em queda de 2,27 por cento, a 70.826 pontos, a menor pontuação de fechamento desde 23 de agosto (70.477 pontos).

O volume financeiro deste pregão somou 11,08 bilhões de reais, sendo que as ações preferenciais da Petrobras responderam por 1,4 bilhão de reais do giro.

O tom de cautela também foi acentuado pela véspera de feriado no Brasil, quando os mercados internacionais vão operar normalmente, e ainda em meio aos receios em torno do cenário político.

Na segunda-feira, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, do PSDB, pediu demissão, levando o Palácio do Planalto a confirmar que vai aproveitar o movimento para iniciar a reforma ministerial, que deverá estar concluída até meados de dezembro.

Embora a notícia tenha dado algum fôlego aos mercados, com a visão de que a antecipação da reforma ministerial poderia ajudar o governo a angariar mais apoio para aprovar a reforma da Previdência, o calendário apertado ainda traz receios aos agentes do mercado.

"Se a reforma ministerial realmente sair logo, ela pode causar um rali de curto prazo, mas não vai fazer o mercado precificar a realização da reforma. O índice não deve voltar para os 77 mil pontos, mas pode voltar para o patamar dos 73 mil pontos", disse o gestor de renda variável da Fator Administração de Recursos Obede Rodrigues, acrescentando que o avanço real na reforma é necessário para fazer o índice mudar novamente de patamar.

Destaques

- PETROBRAS PN caiu 7,75 por cento e PETROBRAS ON teve perda de 8,18 por cento, liderando as perdas do Ibovespa, após resultado do terceiro trimestre, com lucro líquido de 266 milhões de reais, abaixo da expectativa do mercado, em meio a eventos não recorrentes, como contingências judiciais e adesão a programas de regularização tributária, além de queda nas vendas de combustíveis.

- MARFRIG ON caiu 1,76 por cento. No radar estava a divulgação do resultado do terceiro trimestre, que mostrou redução no prejuízo líquido, para 58 milhões de reais. Segundo a equipe do BTG Pactual, o resultado mostra melhora nas métricas operacionais, o que é positivo. No entanto, a manutenção desses resultados e a capacidade da empresa em transformar isso em geração de caixa mais forte e, por fim, reduzir a alavancagem e o custo de capital ainda precisam ser vistas.

- ELETROBRAS ON teve queda de 3,8 por cento e ELETROBRAS PNB recuou 4,19 por cento, também tendo como pano de fundo o resultado do terceiro trimestre, com queda de 37 por cento no lucro líquido da empresa, para 550 milhões de reais. Os papéis da empresa têm passado por grande volatilidade em meio à expectativa pela privatização.

- VALE ON recuou 2,96 por cento, na contramão dos contratos futuros do minério de ferro na China, que fecharam em alta nesta sessão. Segundo analistas, a pressão veio após dados da economia da China um pouco mais fracos que o esperado, como a produção industrial, que subiu 6,2 por cento em outubro ante igual mês do ano passado, um pouco abaixo da expectativa em pesquisa Reuters, de alta de 6,3 por cento.

- JBS ON fechou em queda de 2,63 por cento, após subir 6,13 por cento na máxima da sessão, depois que a empresa de alimentos reportou lucro líquido no terceiro trimestre de 323 milhões de reais, enquanto o Ebitda ajustado somou 4,32 bilhões de reais, alta de 37 por cento na comparação anual. Segundo analistas do BTG Pactual, o forte resultado da JBS mostra como o "senso de urgência" pode ajudar a restaurar valor.

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