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Ibovespa cai com pressão de Vale ofuscando dados favoráveis

Um movimento de ajuste veio após as altas recentes que levaram o Ibovespa a renovar máximas históricas em diversos pregões

B3: "Tem espaço para realizar ainda, mas o índice não consegue cair muito" (Patricia Monteiro/Bloomberg)

B3: "Tem espaço para realizar ainda, mas o índice não consegue cair muito" (Patricia Monteiro/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 21 de setembro de 2017 às 18h57.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou no vermelho nesta quinta-feira, com o movimento de ajuste amparado na queda das ações da Vale, apesar de dados econômicos que mostraram desaceleração da inflação no Brasil e manutenção de queda de juros.

O Ibovespa fechou em queda de 0,53 por cento, a 75.604 pontos. O giro financeiro somou 9,25 bilhões de reais.

O movimento de ajuste veio após as altas recentes que levaram o Ibovespa a renovar máximas históricas em diversos pregões, fechando na véspera aos 76 mil pontos pela primeira vez.

"Tem espaço para realizar ainda, mas o índice não consegue cair muito porque quando cai tem muito investidor que acaba vendo como oportunidade de compra", disse o economista da Órama Investimentos Alexandre Espirito Santo.

O cenário positivo que vem levando o índice permanecer perto dos maiores patamares históricos ganhou mais respaldo nesta manhã, após o Relatório Trimestral de Inflação mostrar que o Banco Central passou a ver a inflação ainda mais abaixo do centro da meta em 2017 e 2018 e ao redor dos alvos para 2019 e 2020. Isso pavimenta o caminho para que a autoriade monetária continue cortando os juros e eventualmente leve a Selic a um nível inferior a 7 por cento.

Os dados da prévia da inflação oficial do país, que desacelerou mais que o esperado e foi ao menor nível para setembro em 11 anos, também corroboram a manutenção da expectativa por queda de juros.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve alta de 0,11 por cento em setembro, abaixo do esperado em pesquisa Reuters, de 0,15 por cento. Em 12 meses, a alta acumulada chegou a 2,56 por cento, ante estimativa de 2,60 por cento.

O mercado ainda digeria a decisão da véspera do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, que manteve a taxa de juros do país, mas sinalizou que ainda espera mais um aumento até o fim do ano apesar das recentes leituras fracas de inflação. O banco central dos EUA informou também que vai começar a reduzir seu balanço patrimonial a partir de outubro.

Destaques

- VALE ON teve queda de 1,99 por cento, em sessão marcada por perdas nos contratos futuros do minério de ferro na China, que caíram 4,7 por cento na Bolsa de Dalian. O desempenho negativo dos papéis da mineradora influenciava as ações da holding BRADESPAR, que perdeu 2,74 por cento.

- ELETROBRAS ON caiu 3,41 por cento e ELETROBRAS PNB perdeu 3,63 por cento, após a agência Bloomberg publicar entrevista com o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho, indicando que a venda de distribuidoras da Eletrobras pode ficar para 2018.

- PETROBRAS PN caiu 1,26 por cento e PETROBRAS ON perdeu 1,22 por cento, após as fortes altas da véspera, quando os papéis PN avançaram 4,82 por cento, em sessão sem rumo único para os preços do petróleo no mercado internacional.

- ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES ON avançou 3,95 por cento, liderando a ponta positiva doIbovespa, com perspectiva otimista para a empresa após a entrada de dois membros da gestora de fundos de private equity Advent no conselho de administração.

- BANCO DO BRASIL ON subiu 2,19 por cento, também figurando entre as maiores altas doIbovespa e com o melhor desempenho entre os pares no índice. Analistas do JPMorgan melhoraram a recomendação para os papéis do banco para "overweight", ante "neutra". Enquanto isso, analistas do Itaú BBA trocaram as ações do BRADESCO PN, que fecharam com variação positiva de 0,03 por cento, pelas do Banco do Brasil como top pick do setor bancário na América Latina.

- GOL PN, que não faz parte do Ibovespa, subiu 3,83 por cento, após avançar 9,06 por cento na máxima do dia, para o maior patamar desde janeiro de 2015, com os ganhos impulsionados pela notícia da agência Bloomberg de que a Delta pode aumentar a participação na empresa aérea brasileira.

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