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Ibovespa vira para alta com mudança na reforma tributária

Bolsas no exterior recuam após inflação americana ter alta inesperada; dólar segue em alta

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 13 de julho de 2021 às 10h33.

Última atualização em 13 de julho de 2021 às 17h06.

Após passar a manhã em queda, o Ibovespa virou para alta nesta terça-feira, 13, com a notícia de que os fundos imobiliários podem escapar da tributação. Às 17h05, o principal índice da B3 subia 0,42%, aos 128.125 pontos, se descolando do cenário negativo no exterior.

Mais cedo, o índice chegou a recuar aos 126.441 pontos na mínima, mas reduziu o ritmo de desvalorização após o após o relator da reforma, o deputado federal Celso Sabino (PSDB-PA), confirmar via Twitter que os fundos imobiliários seguirão com isenção de imposto.

No exterior, a divulgação do índice de preço sobre o consumidor (CPI, na sigla em inglês) afeta negativamente as bolsas. O índice superou as estimativas nos Estados Unidos, aumentando as preocupações sobre a inflação e possível aperto monetário por parte do Federal Reserve (Fed, banco central americano).

Divulgado às 9h30, o CPI de junho teve alta mensal de 0,9% superando o consenso de 0,5%. No acumulado de 12 meses, o CPI passou de 5% para 5,4%, enquanto as expectativas eram de arrefecimento para 4,9%. Na comparação anual, o núcleo do CPI foi de 3,8% para 4,5% ante estimativas de um aumento para 4%.

Após a divulgação do dado, as bolsas internacionais, que vinham mistas à espera do CPI, entraram no terreno negativo. Já o rendimento dos títulos americanos de 5 anos, que refletem as expectativas de inflação futura, acelerou junto com o dólar, que se valoriza frente a moedas emergentes e desenvolvidas. Após as primeiras reações, no entanto, o dólar reduziu o movimento de alta, assim como os rendimentos dos títulos americanos.

Apesar da inflação acima do esperado, parte dos investidores não vê o Fed reduzindo sua política de estímulos tão cedo para conter a alta de preços. "Os dados de inflação não devem mudar muito a visão do Fed, de que as pressões sobre os preços vão permanecer no núcleo da inflação. A inflação persistente piorou um pouco, mas não sinaliza uma inflação problemática", diz Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos .

No radar dos investidores locais também está o crescimento do setor de serviços divulgado pelo IBGE, que saiu praticamente em linha com o esperado, apontando para uma alta mensal de 1,2% em maio. Na comparação anual, o setor cresceu 23%, tendo em vista que diversos segmentos estavam paralisados no mesmo período do ano passado devido às medidas de restrição.

Destaques da bolsa

Entre os ativos do Ibovespa, as ações da Hypera (HYPE3) lideram as altas, subindo cerca de 6%, após a empresa ter anunciado a aquisição de 12 marcas da Sanofi por 190,3 milhões de dólares. Segundo fato relevante divulgado pela companhia, o Brasil representou 67% da receita líquida do portfólio adquirido.

Com a maior participação do Ibovespa, as ações da Vale (VALE3) sobem em torno de 0,6%, após dados mistos do cenário internacional. Nesta terça-feira, o minério de ferro saltou mais de 3% na China, com preocupações sobre o nível da oferta. Por outro lado, o país registrou o menor nível de importações da commodity em 13 meses.

De fora do índice, a empresa de brechó digital Enjoei (ENJU3) avança 3,78%, após a divulgação de dados operacionais do segundo trimestre. No período, a companhia registrou aumento de 82% das vendas totais em sua plataforma para 205 milhões de reais. "Essa dinâmica positiva refletiu o aumento da recorrência dos usuários ativos na plataforma, aceleração do EnjuPro, bem como o início das operações B2B2C", afirmou a companhia em comunicado.

Como destaque negativo, as ações da Sinqia (SQIA3) recuam 2,64%, após a joint venture formada entre a B3 (B3SA3) e a Totvs (TOTS3) para a formação de uma nova empresa, que irá atuar no segmento de serviços para instituições financeiras, a Dimensa. "A  notícia acaba sendo negativa para a Sinqia, que já está nesse mercado há bastante tempo. É um competidor que tem bastante informação, afinal tem a B3 como acionista", afirma Bruno Lima, analista-chefe de ações do BTG Pactual Digital no programa “Abertura de Mercado”.

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