Bovespa: durante esta sessão, o índice subiu 1% no melhor momento e caiu mais de 4% na mínima (Dado Galdieri/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 10 de novembro de 2016 às 18h14.
Última atualização em 10 de novembro de 2016 às 19h19.
São Paulo - A Bovespa fechou a quinta-feira com a maior queda em dois meses e forte giro financeiro, pressionada novamente por incertezas relacionadas aos movimentos de Donald Trump quando assumir a Casa Branca, com investidores também atentos às notícias corporativas e políticas no Brasil.
O Ibovespa caiu 3,25 por cento, a 61.200 pontos, menor patamar desde 13 de outubro (61.118 pontos). A queda foi a maior para fechamentos desde 9 de setembro (-3,71 por cento).
Durante esta sessão, o índice subiu 1 por cento no melhor momento e caiu mais de 4 por cento na mínima.
O volume financeiro foi novamente intenso, somando 16,5 bilhões de reais, quase duas vezes acima da média diária para o mês até a véspera, de 8,86 bilhões de reais.
O setor bancário ficou entre os destaques negativos, com Bradesco caindo quase 9 por cento após resultado trimestral, enquanto ações de fabricantes de celulose lideraram as altas diante da disparada do dólar ante o real.
Empresas siderúrgicas e mineradoras também avançaram, em meio a ganhos das commodities e com impulso adicional da expectativa por uma política de incentivo à infraestrutura nos EUA, defendida por Trump, com operadores vendo uma migração do setor financeiro para essas empresas.
Desta forma, o índice de materiais básicos da bolsa paulista subiu 5,87 por cento, enquanto o índice do setor financeiro caiu 5,4 por cento.
O cenário político doméstico foi mais um elemento a adicionar cautela na sessão, após notícia sobre uma doação de 1 milhão de reais pela empreiteira Andrade Gutierrez em 2014, que teria sido direcionada à campanha do então vice-presidente Michel Temer, companheiro de chapa da ex-presidente Dilma Rousseff na eleição daquele ano.
- BRADESCO PN fechou em queda de 8,92 por cento, maior declínio em quase 8 anos. O segundo maior banco privado do país reportou queda anual de 21,5 por cento no lucro líquido, para 3,236 bilhões no terceiro trimestre, com números do período mais fracos que o esperado pelos analistas do BTG Pactual.
- BANCO DO BRASIL perdeu 6,41 por cento, após divulgar resultado trimestral que mostrou queda de 26,6 por cento no lucro líquido de julho a setembro ante igual período do ano passado, para 2,246 bilhões de reais.
- PETROBRAS PN caiu 6,91 por cento, após ter subido mais de 3 por cento no melhor momento da sessão, enquanto PETROBRAS ON recuou 4,99 por cento, com os preços do petróleo firmando-se no vermelho ao longo da sessão. A petrolífera divulgou seu balanço após o fechamento, com prejuízo líquido de 16,458 bilhões de reais. [O/R]
- KROTON desabou 8,67 por cento. No radar estava a divulgação do balanço trimestral da empresa, que reportou lucro líquido ajustado consolidado de 452,7 milhões de reais no terceiro trimestre, 11,1 por cento maior em relação ao mesmo período de 2015.
- RUMO LOGÍSTICA caiu 9,23 por cento. A empresa divulgou seu balanço, que mostrou prejuízo líquido de 58,8 milhões de reais no terceiro trimestre, ante resultado líquido também negativo de 43,7 milhões de reais no mesmo período do ano passado.
- VALE PNA subiu 7,48 por cento e VALE ON ganhou 8,21 por cento, mantendo a tendência de alta dos pregões anteriores em meio à alta nos preços do minério de ferro.
- SUZANO PAPEL E CELULOSE subiu 13,57 por cento, ajudada pela forte valorização do dólar, assim como FIBRIA, que avançou 11,12 por cento.
- BRASKEM PNA subiu 3,62 por cento, após reportar lucro líquido de 818 milhões de reais no terceiro trimestre, ante resultado positivo de 1,475 bilhão no mesmo período do ano passado.
- GOL, que não faz parte do Ibovespa, desabou 17,63 por cento, pressionada pela forte alta do dólar ante o real, uma vez que parte relevante de suas despesas está atrelada à divisa.