Ibovespa encerrou a semana aos 111.713,07 pontos, com queda semanal de 2,41% (Germano Lüders/Exame)
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2022 às 19h40.
Última atualização em 11 de março de 2022 às 20h20.
Ibovespa hoje: o principal índice da B3 teve um dia negativo e encerrou a sessão com queda de 1,72% nesta sexta-feira, dia 11, aos 111.713,07 pontos, acompanhando a maior fraqueza do mercado americano diante de temores renovados em relação aos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia sobre a economia global e os preços dos ativos.
Na semana, o Ibovespa fechou com queda de 2,41%, no pior desempenho desde o período encerrado em 19 de novembro, quando recuou 3,10%.
No fechamento:
Ibovespa: -1,72%, aos 111.713,07 pontos
Dólar: +0,76%, aos 5,054 reais
S&P 500 (EUA): -1,30%
Nasdaq (EUA): -2,18%
Dow Jones (EUA): -0,69%
No Brasil, investidores foram impactados pela divulgação do IPCA (o índice oficial de inflação ao consumidor) de fevereiro, que ficou em 1,01%, acima das projeções do mercado. O IPCA acumulado em 12 meses se acelerou de 10,38% para 10,54%, acima também do consenso de 10,50%.
A nova surpresa de alta provocou reações nos mercados ao longo do dia, com a alta dos juros futuros de curto prazo, refletindo expectativas de aperto mais duro na política monetária do Banco Central. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) será justamente na próxima quarta-feira, dia 16.
Ações que tendem a ser mais prejudicadas pelo cenário de inflação e juros mais altos operaram em queda nesta sexta-feira. Entre as varejistas de e-commerce, Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) fecharam em terreno negativo, depois de terem iniciado a sessão em alta.
A ação de Americanas (AMER3) caiu mais de 4%. Já os papeis de Arezzo (ARZZ3) e C&A (CEAB3), que chegaram a figurar entre as maiores valorizações do Índice Small Caps, também perderam força ao longo do dia.
No fechamento:
Americanas (AMER3): -6,82%
Magazine Luiza (MGLU3): -4,53%
Via (VIIA3): -1,83%
Arezzo (ARZZ3): -0,39%
Na ponta negativa da bolsa brasileira, as ações das principais incorporadoras do país também apresentaram fortes quedas nesta sexta-feira, impactadas pelo resultado no quarto trimestre da Tenda, divulgado na noite anterior. As ações da Tenda despencaram cerca de 25%. A queda foi a maior entre todas as ações listadas na B3.
Tenda (TEND3): -25,14%
O resultado da Tenda decepcionou em diversas frentes, a começar pela receita líquida de R$ 517,2 milhões no quarto trimestre. O número não só saiu 25% abaixo do registrado no mesmo período de 2020 como foi muito pior do que indicava o consenso de mercado da Bloomberg, de R$ 745,2 milhões.
A incorporadora reverteu o lucro de R$ 72 milhões do quarto trimestre de 2020 e apresentou prejuízo líquido de R$ 268,5 milhões nos três meses finais de 2021. O Ebitda ajustado ficou negativo em R$ 216,9 milhões, sendo que a expectativa era a de que essa métrica fosse positiva em R$ 43,9 milhões.
Segundo analistas do BTG Pactual (BPAC11), a forte queda pode demorar para ser revertida. "A falta de confiança nas margens 'normalizadas' pode impedir a recuperação das ações no curto prazo", afirmaram em relatório.
O balanço da companhia empurrou as ações de todo o setor de construção para baixo. As incorporadoras voltadas para o público de baixa renda, mesmo segmento da Tenda, estiveram as que mais sofreram no pregão.
MRV (MRVE3): -11,89%
Direcional (DIRR3): -6,80%
Cyrela (CYRE3): -4,24%
Eztec (EZTC3): -6,44%
JHSF (JHSF3): -4,37%