Painel de cotações da B3, a bolsa brasileira (Germano Lüders/Exame)
Repórter de Invest
Publicado em 4 de novembro de 2024 às 10h32.
Última atualização em 6 de novembro de 2024 às 11h40.
O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, 4, em semana de expectativa fiscal no Brasil, eleições americanas e as divulgações de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos coincidem.
Por aqui, o mercado aguarda ainda a sinalização sobre o corte de gastos prometido pelo governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou sua viagem à Europa após disparada do dólar na última semana – o que foi lido como uma sinalização de que os detalhes podem sair nos próximos dias.
A sinalização trouxe alívio para o câmbio, com queda do dólar comercial frente ao real. Vale lembrar que, na sessão anterior, a moeda americana atingiu o segundo maior valor nominal da história, encerrando cotada a R$ 5,869. A cotação só ficou atrás do fechamento de 13 de maio de 2020, quando o dólar chegou a R$ 5,901.
O movimento ajuda a manter a bolsa no positivo apesar das previsões mais pessimistas do Boletim Focus. Os analistas de mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) elevaram a expectativa do IPCA para 2024 pela quinta semana consecutiva, de 4,55% para 4,59%, acima da meta de inflação.
Eles também elevaram a expectativa da taxa de juros (Selic) de 11,25% para 11,50% ao final de 2025.
O novo presidente da maior economia do mundo será conhecido esta semana com o fim das eleições presidenciais nos Estados Unidos – e o mercado espera mais inflação no horizonte.
Na reta final, a disputa segue acirrada. O candidato republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris estão em situação de empate técnico, inclusive em estados-chave como a Pensilvânia.
Seja qual for o vencedor, os EUA devem manter a toada expansionista, mesmo com a inflação dando sinais de “descontrole”. A avaliação é da consultoria Gavekal Research, que prevê pressão inflacionária na maior economia do mundo.
Para Louis Gave, fundador e CEO da Gavekal, existe um cenário de exceção onde a preocupação fiscal ganha relevância: no caso da eleição de um democrata para a presidência com um Congresso majoritariamente republicano. “A história dos EUA ensina que os republicanos lembram que são o partido da retidão fiscal quando um democrata ocupa a Casa Branca e eles controlam o Congresso”, escreveu.
A semana também é marcada por decisões de rumos da taxa de juros nos EUA e no Brasil.
Lá fora, as taxas estão atualmente entre 4,75% e 5% ao ano. A expectativa é de um corte de 0,25 ponto percentual segundo a plataforma FedWatch, do CME Group. Por lá, 98,1% aposta neste corte, enquanto 1,9% estimam que a taxa irá permanecer no atual patamar. A divulgação será na quinta-feira, 7.
Na contramão dos EUA, a expectativa no Brasil é de alta nos juros. O mercado aguarda uma aceleração no ritmo para 0,50 p.p. (de 0,25 p.p. na reunião anterior), levando a taxa Selic para 11,25% ao ano.
Para o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), a nova alta de juros será resultado de fatores que vão além da inflação de 12 meses acima do teto da meta. Entre eles: resiliência da atividade econômica, bom momento para o mercado de trabalho e ambiente externo desafiador. A divulgação da Selic será na quarta-feira, 6.
O Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média ponderada de uma carteira teórica de ativos. Cada ativo tem um peso na composição do índice, refletindo o desempenho das ações mais negociadas. Se o índice está em 100 mil pontos, o valor da carteira teórica é de R$ 100 mil.
Até o dia 1º de novembro (sexta-feira), o horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, e o after market entre 17h30 e 18h. As negociações com o Ibovespa futuro acontecem das 9h às 18h25.
Já a partir do dia 4 de novembro (segunda-feira), o fechamento da bolsa ocorrerá uma hora mais tarde. As negociações serão das 10h às 18h, seguindo o horário de verão dos Estados Unidos, com o after market operando das 18h25 às 18h45. O horário da pré-abertura e do início seguem iguais.