São Paulo – Em uma semana ainda afetada pelos problemas em torno da situação fiscal dos países europeus, principalmente Irlanda, Itália e Portugal, o índice Bovespa sucumbiu aos temores dos investidores e recuou 3,77% na semana, encerrando esta sexta-feira aos 68.226 pontos. Além disso, há tempos fora das preocupações do mercado, o cenário geopolítico retornou ao palco com o retorno das tensões entre as Coreias do Norte e do Sul.
No Brasil, a semana ajudou a deixar mais claro o desenho da nova equipe econômica da presidente eleita Dilma Rousseff. Na semana passada, o mercado já sabia da confirmação de Guido Mantega no ministério da Fazenda. Agora, os investidores já sabem que Alexandre Tombini será o novo presidente do Banco Central e Miriam Belchior a ministra do Planejamento.
A notícia trouxe preocupações sobre a manutenção da autonomia operacional do BC em relação ao ministério da Fazenda. Apesar disso, os juros futuros mostraram uma
confiança inicial de que a autoridade monetária continuará a perseguir as metas de inflação. “O mercado precificou que o BC precisará aumentar o juro para resolver o problema inflacionário”, analisou o vice-presidente executivo de tesouraria do banco West LB, Ures Folchini.
Em queda
As ações da MMX Mineração (MMXM3) encerraram a semana com maior queda do índice. Os papéis da empresa do grupo EBX, de Eike Batista, caíram 10,88%, encerrando a sexta-feira cotados a 12,20 reais. A queda dos papéis da mineradora foi acompanhada também por uma pressão nos preços dos papéis de todo o setor siderúrgico em bolsa nesta semana. As ações da Usiminas (USIM3), por exemplo, recuaram 10,59% no período.
O BC chinês ordenou esta semana que os bancos comerciais do país pisem no freio do crédito para conter as pressões inflacionárias no final do ano. Além disso, a autoridade monetária teme que o rápido avanço dos empréstimos possa criar uma crise financeira sistêmica.
Ponta positiva
Os papéis da Klabin (KLBN4) ocuparam nesta semana o posto de maior valorização do Ibovespa. As ações da empresa subiram 5,39%, encerrando o período cotadas a 4,89 reais. A posição de líder na semana foi garantida após o anúncio de uma mudança no principal cargo da maior fabricante de papéis para embalagens do país. Em
comunicado curto ao mercado divulgado no início da noite de quarta-feira, a companhia afirma que Reinoldo Poernbacher será substituído por Fabio Schvartsman.
A notícia foi vista como positiva pelo mercado. “Ele tem uma boa reputação de sua posição anterior como CFO da Ultrapar, o que pode dar um suporte maior às iniciativas da Klabin em busca de uma maior eficiência operacional (redução de custos)”, destacaram os analistas do Itaú BBA, Marcos Assumpção e Alexandre Miguel, em relatório.