Bolsa: Ibovespa recua com maior cautela antes do Carnaval (Patricia Monteiro/Bloomberg/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2020 às 10h11.
Última atualização em 21 de fevereiro de 2020 às 17h41.
São Paulo - Enquanto o Sambódromo do Anhembi se prepara para o desfile das escolas de samba, a alguns quilômetros, o centro financeiro do país se arruma para o Carnaval. Com temores sobre novidades relacionadas aos impactos do coronavírus, o tom no mercado financeiro antes da pausa de quatro dias é de cautela. Às 13h12, o Ibovespa caía 0,97% e ficava em 113.347,65 pontos.
“Com o mercado está em posicionamento pré-carnaval, a expectativa é ruim para a bolsa, . É natural que fiquem mais defensivos e ainda tem o efeito coronavírus”, disse Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.
Embora o carnaval não mitigue a liquidez dos mercados internacionais, investidores do mundo inteiro buscavam posições defensivas nesta sexta-feira (21). Nos Estados Unidos, os índices acionários recuavam enquanto os rendimentos dos títulos públicos de dez anos - inversamente proporcionais à demanda - caíam 2,75%.
As posições dos investidores é reflexo de um cenário de incertezas sobre os impactos do coronavírus na economia, após a Protect & Gamble alertar que não vai conseguir entregar os resultados previstos devido à doença. Na segunda-feira (17), a Apple já havia afirmado que o coronavírus terá impactos em seus resultados.
Na opinião de Jason Vieira, esses sinais intensificam a preocupação dos investidores sobre até onde vão os estragos causados pela doença.
Hoje, a China mudou mais uma vez o método de contagem, passando a contabilizar também os casos de coronavírus registrados na prisão, o que adicionou 500 novos infectados.
Segundo o site Worldometers, há 76,8 mil pessoas infectadas pela doença no mundo, 2,25 mil mortos e 18,88 mil pessoas recuperadas da doença.
Na Bolsa, as ações da Vale recuavam mais de 3% e puxavam o ritmo de queda do Ibovespa. Na noite de quinta-feira (21), a empresa apresentou prejuízo líquido de 1,562 bilhão de dólares no quarto trimestre do ano passado, revertendo o lucro registrado no mesmo período de 2018.