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Ibovespa fecha em queda com EUA dobrando aposta contra China; dólar testa os R$ 6

Índice chegou a subir 1% pela manhã; na Europa, os principais índices tiveram alívio e bolsas americanas oscilam

 (Germano Lüders/Exame)

(Germano Lüders/Exame)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 8 de abril de 2025 às 10h30.

Última atualização em 8 de abril de 2025 às 17h46.

O Ibovespa fechou em queda de 1,32%, aos 123.932 pontos nesta terça-feira. Pela manhã, o índice chegou a subir quase 1%, sustentando uma recuperação em linha com os mercados internacionais, após uma sequência de fortes quedas. Mas virou e consolidou queda perto das 15h.

Os Estados Unidos dobraram a aposta contra a China, afirmando que se encerrou o prazo para negociação. O governo americano vai aplicar uma tarifa adicional de 50% sobre os produtos chineses a partir de amanhã. Com essa nova sobretaxa, a alíquota chega a 104% para os produtos chineses.

Um pouco antes, a China declarou que "está pronta para lutar até o fim" caso Washington leve adiante a aplicação das sobretaxas. Ao longo da manhã, o yuan perdeu força. O temor de desaceleração da economia chinesa leva à desvalorização do yuan e respinga nos mercados emergentes, mais dependentes dos chineses.

As ações da Vale (VALE3), por exemplo, fechou o dia com queda de 5,48%, para R$ 49,20

Na mesma linha de melhora na aversão ao risco, o dólar chegou a recuar e ensaiar correção. No entanto, perto das 13h, virou para o campo positivo e acelerou. Após alcançar a marca de R$ 6 mais cedo, fechou subindo 1,47%, a R$ 5,997.

Ibovespa hoje

  • IBOV: -132%, a 123.932 pontos
  • Dólar hoje: +1,47%, a R$ 5,997

No radar hoje

Além do vai e vem da guerra tarifária, os investidores devem repercutir alguns dos indicadores econômicos publicados no começo do dia.

O FGV Ibre divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da primeira quadrissemana de abril de 2025 subiu 0,46%. Em 12 meses, o índice acumula alta de 4,43%. Já o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) registrou inflação de 0,05% na primeira prévia de abril.

O Banco Central também divulgou nesta manhã que o déficit primário do setor público consolidado foi de R$ 18,9 bilhões em fevereiro, o melhor resultado para o mês desde 2022. O resultado foi menos negativo que o projetado pelo mercado, que esperava um déficit de R$ 26 bilhões, de acordo com pesquisa do Broadcast.

No exterior, os investidores estarão atentos ao discurso da presidente do Federal Reserve (Fed) de São Francisco, Mary Daly, previsto para as 15h.

Mercados internacionais

Na Ásia, as principais bolsas recuperaram parte das perdas de segunda-feira. O índice japonês Nikkei 225 subiu 6,03%, enquanto o sul-coreano Kospi teve alta de 0,26%. Em Hong Kong, o Hang Seng Index terminou o dia com alta de 1,51%. Já o chinês CSI 300, da Bolsa de Valores de Xangai, subiu 1,71%.

Na contramão, os mercados do Sudeste Asiático registraram quedas. O índice Jakarta Composite, da Indonésia, caiu 7,87% após um circuit breaker. No Vietnã, o índice de referência VN-Index recuou 6,48%, enquanto o índice SET, da Tailândia, caiu 5,8%.

Na Europa, os mercados viveram um pregão de alívio. No fechamento, o índice Stoxx 600 teve alta de 2,67%, aos 486,68 pontos. O FTSE 100, da Bolsa de Londres, subiu 2,71%, e o DAX, de Frankfurt, avançou 2,48%. O CAC 40, de Paris avançou 2,50%.

Nos Estados Unidos, os principais índices fecharam em queda. O Dow Jones caiu 0,84%, o S&P 500 caiu 2,15% e o Nasdaq-100 caiu 2,15%.

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