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Ibovespa sobe 4,8% após novas medidas para conter impactos do coronavírus

Pacotes de estímulos econômicos impulsionam otimismo em bolsas do mundo todo

 (NurPhoto/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2020 às 10h25.

Última atualização em 17 de março de 2020 às 17h45.

São Paulo - O Ibovespa subiu 4,86% nesta terça-feira,17, e encerrou em 74.628 pontos, impulsionado por novas medidas para combater os efeitos econômicos do coronavírus. Pela primeira vez desde 2008, o Federal Reserve (banco central americano, FED) anunciou que irá comprar dívidas corporativas diretamente com as empresas. Na França, 45 bilhões de euros devem ser injetados na economia. Nos Estados Unidos, o índice S&P 500 teve alta de 6%.

Na noite de segunda-feira, o ministro Paulo Guedes fez o anúncio do pacote de 147 bilhões de reais de estímulo à economia, o que ajudou a impulsionar o movimento de alta pela manhã. Mas, por volta das 11h, o principal índice acionário brasileiro chegou a inverter a direção com o notícia da primeira morte por coronavírus no Brasil. No entanto, o movimento foi rápido e o indicador voltou a subir forte.

"Não é o pacote ideal, mas antes não havia nada", diz Jefferson Laatus, estrategista-chefe da escola de traders Laatus. "O mercado está tão sensível que se agarrando a qualquer coisa pra ter um direcionamento."

Para Rafael Panonko, analista-chefe da Toro Investimentos, a alta de hoje foi só um movimento de recuperação após a bolsa registrar queda de 14% na segunda-feira. "A alta não está ligada diretamente às medidas anunciadas pelo governo-  até porque os investidores estão céticos de que serão suficientes", disse. Segundo Panoko, a tendência é a de que o mercado continue em baixa e com alta volatilidade por mais algum tempo.

Analistas da Guide Investimentos também demonstraram desagrado com forma em que o governo está conduzindo as medidas de combate ao surto de coronavírus. "A forma de lidar com a crise que vem sendo adotada pelo governo tem mais servido como um agravante do que como um amortecedor desde o início desta nova crise de confiança", escreveram em relatório a clientes.

Na Bolsa, os papéis das redes de supermercados Carrefour e Grupo Pão de Açúcar dispararam 10,28% e 9,51%, ficando entre as maiores altas do Ibovespa. Com muitas empresas dando home office, a tendência é a de que ambas as companhias se favoreçam no curto prazo, segundo analistas da Levante. "A receita dos supermercados pode aumentar devido à migração no local de consumo da população, enquanto o efeito estocagem deve ser mitigado com menores compras nas próximas semanas", escreveram em relatório a clientes.

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