B3: o mercado repercute a divulgação de balanços (Gustavo Scatena/B3/Divulgação)
Editora de Finanças
Publicado em 13 de março de 2025 às 10h54.
Última atualização em 13 de março de 2025 às 17h49.
O Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, fechou em alta de 1,43%, aos 125.637 pontos nesta quinta-feira, 13. Entre os principais destaques do pregão estão as ações da B3 (B3SA3) e da CSN (CSNA3), que subiram 10% e 7%, respectivamente.
A B3 teve um desempenho positivo após o Conselho de Administração de Recursos Fiscais (CARF) decidir, por unanimidade, cancelar uma cobrança fiscal de R$ 5,8 bilhões relacionados ao ágio tributário da aquisição da BM&F Bovespa em 2008.
Além disso, o BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME) elevou a recomendação das ações da B3 para "compra", destacando uma redução dos riscos tributários e uma melhora nas perspectivas da empresa. O banco manteve o preço-alvo de R$ 13,50, indicando um potencial de valorização de cerca de 30% para os papéis da companhia. Além disso, os analistas do BTG estimam um retorno de 10% em dividendos e recompra de ações.
Por sua vez, a CSN (CSNA3) divulgou na quarta-feira seus resultados do quarto trimestre de 2024. A companhia reportou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 3,3 bilhões, superando as expectativas do banco e do consenso em 8,8% e 14,9%, respectivamente. O resultado foi bem avaliado pelos investidores, que reagiram positivamente aos números melhores do que o esperado.
O cenário externo também teve impacto nos mercados. Os índices americanos fecharam em queda: o Dow Jones caiu 1,30%, aos 40.814,12 pontos; o S&P500 perdeu 1,39%, fechando a 5.521,51 pontos; e o Nasdaq recuou 1,96%, a 17.303,01 pontos, ampliando a aversão ao risco nos mercados globais. A guerra tarifária também continua no radar dos investidores, com o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçando impor tarifas de 200% sobre vinhos, champanhes e outras bebidas alcoólicas provenientes da Europa, o que poderia afetar diretamente as relações comerciais entre os blocos.
Em paralelo, os dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, divulgados hoje, mostraram uma redução de 2 mil pedidos iniciais de auxílio-desemprego, que totalizaram 220 mil na primeira semana de março, abaixo das expectativas de 226 mil. Esse dado reforça a percepção de um mercado de trabalho apertado, mesmo com o ciclo de aperto monetário. Além disso, a queda nos pedidos recorrentes, que reduziram em 27 mil, para 1,87 milhão na última semana de fevereiro, também alimenta essa visão.
O cenário doméstico, por sua vez, também está sendo monitorado de perto pelos investidores. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, anunciou que o governo enviará ao Congresso, na próxima semana, um projeto de lei que isenta do Imposto de Renda (IR) as pessoas com rendimentos mensais de até R$ 5 mil. Segundo a ministra, os detalhes do texto ainda não foram discutidos, mas a estratégia de tramitação da proposta com os líderes partidários e os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal já está sendo definida.
Além disso, a atenção dos investidores também se volta para os resultados financeiros das empresas listadas na bolsa. Após o fechamento do mercado, serão conhecidos os resultados de empresas como Eletrobras, Eztec, LWSA, Magazine Luiza, Natura e Prio.
Mudanças no horário de negociação da B3
A partir de 10 de março, o mercado à vista da B3 passou a encerrar às 17h, com o after market entre 17h30 e 18h, mantendo a abertura às 10h. Em 31 de março, os contratos futuros de Índices de Ações Europeus serão negociados das 9h às 18h, enquanto o Forward Points com Futuro de Mini Dólar terá encerramento às 12h05.