Ibovespa: mercado ainda reage negativamente a CPI dos EUA acima do esperado (Germano Luders/Exame)
Repórter de finanças
Publicado em 11 de abril de 2024 às 10h35.
Última atualização em 27 de maio de 2024 às 11h05.
O Ibovespa recuou nesta quinta-feira, 11, e fechou em baixa de 0,51%, aos 127.396 pontos. Mesmo com a virada para o positivo das bolsas americanas, aqui no Brasil os investidores mantiveram a cautela após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês).
Ontem, o Escritório de Estatísticas do Trabalho divulgou que o indicador, principal medida de inflação dos EUA, veio acima do esperado. O CPI registrou alta de 0,4% em março e, com isso, a alta acumulada nos últimos 12 meses ficou em 3,5%. Em fevereiro, o CPI havia avançado também 0,4%, e a inflação anualizada estava em 3,2%.
O avanço pode impactar diretamente a decisão do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) em manter a taxa de juros no mesmo patamar por mais tempo. Isso porque juros mais altos na maior economia do mundo afetam as bolsas globais, que acabam penalizadas – em especial as de países emergentes como o Brasil.
Ainda de olho nas políticas monetárias internacionais, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter suas taxas de juros inalteradas pela quinta vez consecutiva: sendo 4,5% (taxa de refinanciamento, a principal), 4% (taxa sobre depósitos) e 4,75% (taxa sobre empréstimos marginais).
A ata da reunião de março do Fed, divulgada ontem a tarde, também mostrou que os diretores já estavam frustrados com a inflação resistente antes mesmo do CPI de março, é o que aponta os analistas da Monte Bravo em relatório. “Os mercados futuros passaram a atribuir uma chance de 18% de corte em junho e, agora, a curva aponta um total de 40 p.b. (pontos base) de cortes em 2024, abaixo dos 75 p.b. que os diretores do Fed esperam neste ano.”