"A administração tem um caminho difícil à frente para reconstruir a credibilidade", diz o HSBC (Lia Lubambo)
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2011 às 13h32.
São Paulo – O HSBC reduziu as estimativas às ações da Hypermarcas (HYPE3) em 35% após a empresa apresentar resultados que decepcionaram em todos os aspectos, afirmam os analistas Francisco Chevez e Manisha Chaudhry em um relatório publicado nesta quarta-feira.
A fabricante de bens de consumo anunciou um prejuízo líquido de 190,5 milhões de reais, uma forte perda na comparação com o lucro líquido de 78 milhões de reais alcançados um ano antes. A receita líquida cresceu 10,4%, para 908 milhões de reais.
“Os resultados da empresa foram decepcionantes em todos os aspectos”, diz o banco. O preço-alvo foi rebaixado de 14 reais para 9 reais. A recomendação de manutenção das ações foi reafirmada.
“Depois de 3 trimestres decepcionantes, acreditamos que o mercado precisará de uma evidência clara do retorno a um crescimento estável da receita antes que a ação possa se recuperar”, destacam os analistas.
Projeções
A Hypermarcas reduziu a estimativa de lucro operacional (Ebitda) para 2011 de 900 milhões de reais para 700 milhões de reais – a projeção já tinha sido reduzida de 1 bilhão de dólares. Para 2012, o guidance foi estabelecido em 850 milhões de reais.
O aumento das incertezas do cenário macroeconômico e a intensificação da implementação da nova política comercial e o estímulo à desestocagem foram citados como motivos que levaram à revisão.
“Embora a administração tenha informado que o número de 2012 é conservador, ele representa uma queda frente os dois guidances anteriores de 2011”, ressaltam. Para os analistas, a administração tem um caminho difícil à frente para reconstruir a credibilidade.
Rating
As ações da Hypermarcas chegaram a cair quase 3% após a Moody’s rebaixar a nota da dívida da empresa em escala global de Ba2 para Ba3 e na nacional de A1 para A2.
“O rebaixamento reflete a deterioração das métricas de crédito da Hypermarcas observada durante os últimos trimestres, principalmente com os elevados desafios de integração após um número significativo de grandes aquisições e, mais recentemente, também as políticas comerciais da empresa”, disse a analista Marianna Waltz.
Além disso, o analista José Yordan, do Deutsche Bank, rebaixou sua recomendação para a ação de compra para manutenção. O preço-alvo por ação em 12 meses é de 9,25 reais.