A Hypermarcas comunicou a a aquisição da Mantecorp à CVM no domingo à noite (Lailson Santos/EXAME)
Da Redação
Publicado em 20 de dezembro de 2010 às 13h39.
São Paulo - A Hypermarcas SA, empresa brasileira de bens de consumo, chegou a ter a maior queda em sete meses, com dúvidas sobre diluição dos acionistas após a aquisição da Mantecorp Indústria Química e Farmacêutica SA.
Às 12h41, a ação da Hypermarcas caía 3,2 por cento, depois de ter registrado perda de 7,1 por cento, a maior desvalorização “intraday” em sete meses. A empresa, que fez mais de 10 aquisições este ano, anunciou, ontem, a compra da Mantecorp por cerca de R$ 2,5 bilhões.
“Acabou diluindo todos os acionistas e acaba sendo negativo, embora, no geral, tenha sido positivo, para longo prazo”, disse Cauê Pinheiro, analista de investimentos da SLW Corretora, com sede em São Paulo. “A empresa ainda deve dar mais detalhes sobre a sinergia com a operação.”
Segundo um comunicado enviado ontem à noite à Comissão de Valores Mobiliários, a Hypermarcas emitirá 78 milhões de novas ações aos donos da empresa,a família Mantegazza, em troca de 76 por cento da Mantecorp e pagará R$ 600 milhões pelos 24 por cento restantes.
De acordo com apresentação sobre a operação enviada durante a madrugada à CVM pela Hypermarcas, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização projetado para a empresa adquirida é de R$ 245 milhões, o que significa que a aquisição custa 10,2 vezes o Ebitda. Nas operações no setor farmacêutico realizadas no mundo em 2010, a relação mediana foi de 12,3 vezes, segundo dados compilados pela Bloomberg.