Telão da Bovespa (Alexandre Battibugli/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2012 às 14h07.
São Paulo – Os investidores têm antecipado há meses a expectativa de uma reestruturação nos negócios da Hypermarcas (HYPE3) e o seu impacto sobre o balanço. Apesar de alguns sinais já terem aparecido nos resultados anteriores, o relatório do terceiro trimestre ajudou a confirmar o momento de recuperação da empresa e a volta ao lucro.
Os papéis da fabricante de bens de consumo ocupam a posição de maior valorização do Ibovespa em 2012. Até a sexta-feira, as ações acumulavam uma alta de 80%, enquanto o principal índice da bolsa brasileira estava estacionado com um aumento de apenas 1%.
Após um prejuízo de 29,9 milhões no segundo trimestre, a empresa apresentou um resultado positivo de 64,8 milhões de reais. No ano passado, o prejuízo tinha sido de 190,5 milhões de reais. As margens continuaram a mostrar recuperação e saltaram de 15,9% para 22% na passagem anual. O segmento de farma e beleza tem puxado o resultado para cima.
“As margens bruta e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciaçaõ e amortização) vieram abaixo das estimativas do HSBC, mas também mostram melhorias significativas ano a ano, dando evidências adicionais de que os problemas de reequilíbrio de canais em 2011 foram superados”, destacam os analistas do banco Luciano Campos e Caio Moscardini, em relatório.
Farma
A receita líquida na divisão farma disparou 39,4%, para 530,6 milhões de reais. A companhia disse que aumentou os investimentos para aumentar a demanda em remédios sem prescrição, como as marcas Benegrip, Coristina D, Doril, Fluviral e Melhoral.
Segundo o UBS, o plano de integração do segmento Farma tem mostrado bons resultados. “Os resultados operacionais estão mais estáveis e a necessidade de capital de giro está caindo. A posição de alavancagem da empresa agora está em 3,7 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda nos últimos doze meses”, ressalta o analista Gustavo Piras Oliveira.
O banco elevou o preço-alvo às ações de 14,50 reais para 15,90 reais. A recuperação da divisão de consumo continua a patinar, mas pode melhorar assim que o Projeto Matrix (reestruturação e consolidação operacional que irá reduzir o total de número de fábricas que de 23 localizações para seis) estiver concluído no primeiro semestre de 2013, ressalta Oliveira.
Analista | Preço-alvo | Recomendação |
---|---|---|
Itaú BBA | 17,7 | Desempenho em linha com a média |
BTG Pactual | 15 | Neutra |
Merrill Lynch | 18 | Compra |
HSBC | 15 | Neutra |
Votorantim | 17,9 | Desempenho em linha com a média |
JP Morgan | 17 | Neutra |
Média | 16,76 |
Para o BTG, aos preços atuais, as ações da Hypermarcas parecem caras e negociam a um prêmio de 13% em relação às demais varejistas. Uma média de 6 analistas projeta um preço-alvo de 16,76 reais, o que sugere um potencial de valorização de 10% em relação ao fechamento de sexta-feira.
Revisão de estimativas
Em conjunto ao balanço, a Hypermarcas trouxe ainda uma revisão para as projeções de geração de caixa em 2013 de 950 milhões de reais. O analista do UBS explica que caso o guidance para a geração de caixa se mostre conservador, o preço-alvo pode ser elevado para 17 reais. Entretanto, se a unidade de consumo não melhorar e a evolução do caixa desapontar então preço-alvo cairia para 13 reais.