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Da Redação
Publicado em 19 de outubro de 2010 às 14h52.
São Paulo - As ações da BM&FBovespa (BVMF3) já não estão mais tão descontadas em relação às bolsas comparáveis e agora assumem um alto risco regulatório, avaliam os analistas do HSBC em relatório divulgado hoje. O banco reduziu a recomendação da bolsa de overweight (alocação acima da média) para neutra. O preço-alvo foi elevado de 15,50 reais para 16 reais.
Segundo os analistas Victor Galliano e Mariel Santiago, as ações da bolsa foram negociadas desde março a um desconto no múltiplo de preço sobre lucro (P/L) para 2011 em uma faixa entre 45% e 23% na comparação com as bolsas de Hong Kong e Cingapura. "Porém, frente a CME, a BVMF reduziu firmemente a diferença, chegando a superá-la", explica o relatório.
Além disso, o HSBC chama atenção para o avanço do risco regulatório. Em uma medida inesperada, o ministério da Fazenda elevou ontem o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para os investimentos estrangeiros na renda fixa de 4% para 6% e anunciou que as margens de garantia para os derivativos também serão taxadas com 6%, acima da alíquota atual de 0,38%.
"A principal diferença entre a BVMF e seus pares globais é que ela é a única grande bolsa de valores que enfrenta riscos regulatórios, os quais podem ser prejudiciais a seus volumes de negócios", afirmam os analistas. Para eles, as medidas provavelmente reduzirão a atividade de derivativos, "e este pode não ter sido o fim das ações do governo", apontam.