Mercados

HSBC derruba preço-alvo da JBS com possível compra da Sara Lee

Alta nos preços do gado também preocupa analistas do banco

HSBC mantém a recomendação de alocação acima da média de mercado para ações da JBS (John Blake)

HSBC mantém a recomendação de alocação acima da média de mercado para ações da JBS (John Blake)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2011 às 15h15.

São Paulo - A forte alta nos preços do gado fizeram com que o HSBC reduzisse consideravelmente o preço-alvo das ações da JBS de 12,50 reais para 9,50 reais, mantendo a recomendação de alocação acima da média de mercado. Os preços do gado fecharam em aproximadamente 104 reais/arroba em 19 de janeiro de 2010, nível próximo a seu recorde. A alta ocorreu devido aos efeitos do La Niña, que reduziram a disponibilidade de gado, à oferta abaixo da média por parte dos criadouros e ao tamanho limitado do rebanho, conforme explica o relatório.

“Não temos expectativa de que essa situação mude muito no curto prazo, com perspectiva similar nos EUA. Além disso, nos últimos seis meses, os preços do milho e da soja subiram 74% e 47%, respectivamente”, lembram Pedro Herrera Diego Maia.

JBS e Sara Lee

Os analistas destacam ainda que a avaliação também foi afetada por notícias sobre um possível acordo para a JBS adquirir a Sara Lee. Executivos da JBS estariam estudando ressuscitar as negociações com a companhia americana, disseram fontes que pediram anonimato por se trata de um assunto privado. A JBS fez uma oferta de US$ 17,50 por ação da Sara Lee em meados de dezembro, colocando o valor de mercado da empresa em cerca de US$ 11 bilhões, segundo essas fontes.

“Caso seja fechado um acordo, acreditamos que os investidores se concentrariam na estrutura da
transação, sinergias potenciais, e nos parâmetros de alavancagem da JBS após a aquisição. O financiamento de um acordo desse tipo pode ser desafiador para a empresa, pois o valor de mercado da Sara Lee é de aproximadamente 11,7 bilhões de dólares e os parâmetros de alavancagem da JBS estão um tanto tensionados, com uma dívida líquida de 10,6 bilhões de reais”, avaliam os analistas.

Eles explicam que uma operação como essa inclui ações e dívida, e nesse caso a alavancagem
aumentaria, ou haveria diluição dos acionistas minoritários. “Acreditamos que os investidores podem reagir negativamente a outra aquisição grande e complexa pela JBS, pois ela ainda está consolidando a Bertin e a Pilgrim’s Pride”, finalizam.

Leia mais: Corretoras BM&FBovespa é uma das bolsas mais baratas do mundo, diz Santander

Direto da Bolsa: Copersucar em busca de seu IPO

Acompanhe tudo sobre:AçõesAnálises fundamentalistasbolsas-de-valoresMercado financeiro

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney