Márcio Mello, presidente da HRT: A Petra está dizendo que não quer vender sua participação no Solimões, mas eu tenho o direito de comprar. (Eduardo Monteiro/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 30 de março de 2011 às 16h39.
São Paulo – As incertezas com a parceira da HRT Participações (HRTP3) na bacia do Solimões devem continuar a pressionar as ações da empresa no curto prazo, avalia o Santander em relatório publicado nesta quarta-feira (30). O banco reiterou a recomendação de desempenho abaixo da média de mercado (underperfom) para as ações ordinárias da HRT.
A petroleira possui 55% de participação nos 21 blocos na bacia do Solimões, em uma parceria com a Petra Energia, a qual conta com 45% da área. Atualmente, a HRT arca com 100% dos investimentos iniciais na região. A Companhia se comprometeu em assumir os gastos do programa exploratório em troca de uma maior participação no Solimões, num acordo limitado em 125 milhões de dólares. Ou seja, caso o montante investido ultrapasse este valor, a participação da Petra na bacia do Solimões começará a ser diluída.
“Ainda há muita incerteza em torno da posição que será tomada pela Petra nesta questão. Existe a possibilidade desta fatia ser vendida. É uma situação que precisa ser resolvida em breve. Enquanto isso, os papéis da HRT devem ser bastante pressionados, principalmente no curto prazo”, diz o analista do Santander, Vicente Falanga Neto. O preço-alvo dos ativos foi fixado em 1.980 reais para dezembro de 2011.
De acordo com o CEO da HRT, Márcio Mello, a empresa estuda a aquisição da participação da Petra Energia nos blocos do Solimões. A ideia é comprar a participação para depois dividir essa fatia com outro sócio. Há vários interessados. “A Petra está dizendo que não quer vender, mas eu tenho o direito de comprar”, afirmou Mello.
Além dos blocos na bacia do Solimões, a HRT possui grandes projetos para a costa da Namíbia. A companhia dirigida por Mello possui 100% de 2 blocos na bacia de Walvis e 40% de 3 blocos na bacia de Orange.
Em 2011, as ações da HRT registram alta de 6,6%. No pregão desta quarta-feira, as ações da petroleira sofrem forte queda de 6,5%.