Mercados

História de crescimento da ação da Hering ficou no passado

HSBC reduziu o preço-alvo para as ações de 56 reais para 47 reais

Apesar da queda recente, as ações da Hering ainda têm alta de 12% no ano (Mario Rodrigues)

Apesar da queda recente, as ações da Hering ainda têm alta de 12% no ano (Mario Rodrigues)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2012 às 12h34.

São Paulo – Os analistas do HSBC refizeram as projeções para a Hering (HGTX3) após o desempenho ruim nas vendas e um crescimento da receita bruta abaixo do esperado para o segundo trimestre de 2012. Francisco Chevez e Manisha Chaudhry, que assinam o relatório, cortaram o preço-alvo das ações de 56 reais para 47 reais, refletindo a estimativa de lucro por ação para o ano, que caiu de 2,28 reais para 2,06 reais.

“Revisamos nossas estimativas de lucros da Hering para refletir crescimento da receita abaixo do esperado nos próximos trimestres”, explicam os analistas. O avanço projetado agora é de 8,6% no terceiro trimestre, 14% no quarto trimestre de 2012 e de 22% até 2013, bem abaixo do crescimento da empresa nos últimos anos, de 41% em 2010 e 33% em 2011.

Apesar de abaixo do inicialmente esperado, os analistas do HSBC defendem que os resultados da Hering foram sólidos e “indicam solidez e flexibilidade do modelo de negócio”.

“Em nossa opinião, a Hering está se tornando uma história de altas margens, altos retornos, com o rápido crescimento se tornando parte do passado”, ressaltam. O banco reduziu a margem EBITDA de 2012 de 29,4% para 28,3%, no entanto, manteve a classificação de Overweight (alocação acima da média) com base nos altos retornos sustentáveis.

Chevez e Chaudhry destacam ainda os riscos de baixa. “A nosso ver, incluem um aumento acentuado nas taxas de juros no Brasil, problemas com a execução e a expansão da marca e acirramento da concorrência”, dizem.

Perspectivas

Em documento divulgado na semana passada, a Hering anunciou que obteve um lucro líquido de 85,2 milhões de reais no segundo trimestre, com crescimento de 10,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já as vendas brutas foram de 460 milhões de reais, ficando abaixo da expectativa. O resultado ruim foi consequência de um cenário macroeconômico desafiador, clima desfavorável e da má recepção dos consumidores à última coleção. As vendas mesmas lojas (unidades abertas há no mínimo doze meses) caíram 3,9% na rede Hering Store no período entre março e junho.

Os analistas do HSBC atribuem o resultado das vendas à extrema cautela por parte das franquias e dos varejistas multimarcas, que juntos representam 85% das vendas da empresa. Atualmente, a Hering está no processo de apresentação de seu “showroom” com as franqueadas e varejistas multimarcas para a colocação de pedidos para a estação do verão. Mas segundo a análise do banco, não é provável que esses consumidores mudem a postura cautelosa em breve, e por essa razão é muito cedo para anunciar uma recuperação nas vendas.

Acompanhe tudo sobre:Análises fundamentalistasB3Bancosbolsas-de-valoresCalçadosEmpresasEmpresas inglesasHeringHSBCMercado financeiroRoupasTêxteisVarejo

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney