Hering: crescimento gradual substitui explosão a partir de 2011 (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 4 de novembro de 2010 às 10h16.
São Paulo - Ainda que 2010 seja o ano em que a Hering conquistou o posto de vedete do mercado, apoiada em sólida valorização na bolsa, parece que o fim da temporada de expansão se aproxima no horizonte da companhia. O primeiro a sinalizar a desaceleração nos negócios é o HSBC, que rebaixou a recomendação para os papéis da companhia (HGTX3) de overweight (alocação acima da média do mercado) para neutra em relatório desta quinta-feira.
O HSBC reduziu também as estimativas para a HGTX3 em 2010 e 2011, com um novo preço-alvo de 32 reais para dezembro do ano que vem, representando um retorno potencial de 13,2%. O preço alvo anterior era de 33,33 reais. Segundo os analistas Francisco Chevez e Manisha Chaudry, os resultados trimestrais da companhia ficaram abaixo das estimativas. “A empresa registrou um bom crescimento de receita, de 33,9%, mas esse número foi inferior às nossas expectativas”, dizem em relatório. Ebitda (22,5%) e lucro por ação (0,62 real) também ficaram abaixo das estimativas do banco.
Crescimento gradual
Os sinais apontam para um freio na expansão, ainda que não representem estagnação dos negócios, ressaltam os analistas. “Acreditamos que a Hering continuará a se beneficiar de forte crescimento, mas a um ritmo mais gradual em comparação à sua rápida expansão nos trimestres anteriores”.
O banco revisou também a estimativa de receita em 2011 de 1,026 bilhões de reais para 999 milhões de reais. O desdobramento recente dos papéis da companhia na proporção de 1 para 3 também motivou a revisão do lucro por ação para 2010 em 1,09 e 1,53 reais (antes da cisão era respectivamente 3,47 e 4,75 reais). “Esperamos que o crescimento da receita modere em cerca de 30% daqui para a frente”, aposta o HSBC.