Carrefour: família Diniz cogita se desfazer de participação na varejista (Carrefour/Divulgação)
Repórter de finanças
Publicado em 27 de janeiro de 2025 às 10h42.
Última atualização em 27 de janeiro de 2025 às 13h46.
Um ano após o falecimento de Abilio Diniz, a família Diniz está cogitando vender sua participação no grupo Carrefour (CFRB3), tanto no Brasil quanto na França, segundo informações de Lauro Jardim, colunista do O Globo.
Num dia que os juros futuros recuam nos Estados Unidos e puxam a curva do Brasil, na esteira da questão com a inteligência artificial (IA) chinesa, a potencial venda em bloco das ações não abalou os ativos, que sobem na Fraça e por aqui.
Mas o preço do papel ainda é uma questão importante. Nos últimos 12 meses as ações caíram 16% na França, estando cotadas a € 13,30 na última sexta-feira, 24, enquanto no Brasil a queda foi de -46%, a R$ 5,80 no último pregão.
Por conta disso, a família estaria avaliando, de forma cautelosa, o momento ideal para essa venda, mas querendo se antecipar a possíveis movimentos de outros acionistas. Entretanto, a decisão já estaria tomada, relatou Jardim.
De acordo com outra reportagem, do Valor Econômico, uma fonte próxima ao assunto indica que a família Diniz já decidiu deixar o Carrefour. No mercado francês, em que sua posição é mais significativa, o plano é iniciar a venda antes que a família Moulin, controladora do grupo Galeries Lafayette, realize novos desinvestimentos na varejista. Isso porque se os Moulin venderem mais ações, o movimento pode impactar ainda mais os preços, que já estão próximos das mínimas de quatro anos.
Em 2024, a família Moulin reduziu sua participação na empresa e afirmou publicamente que não pretendia realizar novas vendas, em uma tentativa de conter a desvalorização dos papéis e proteger futuras negociações, segundo informações apuradas, relembra o Valor.
Atualmente, a Península, holding da família Diniz, é a maior acionista do Carrefour, com 7,2% das ações no Brasil (R$ 880 milhões) e 8,06% do capital listado na bolsa de Paris (cerca de €720 milhões, ou R$ 4,4 bilhões).
Já a Galfa, subsidiária que administra os ativos da família Moulin, detém 13,3% dos direitos de voto e 7,1% do capital, ocupando a segunda posição no grupo de acionistas.