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Hedge funds duvidam de possível acordo da Opep sobre produção

Administradores de recursos realizaram a maior diminuição de apostas em uma alta dos preços do petróleo desde julho de 2014

Opep: “O mercado passou de aceitar a promessa da Opep ao pé da letra a questionar se ela conseguirá chegar a algum tipo de acordo” (Joe Klamar/AFP)

Opep: “O mercado passou de aceitar a promessa da Opep ao pé da letra a questionar se ela conseguirá chegar a algum tipo de acordo” (Joe Klamar/AFP)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 7 de novembro de 2016 às 18h31.

Nova York - Investidores em petróleo estão duvidando cada vez mais que a Opep consiga fechar um acordo.

Administradores de recursos realizaram a maior diminuição de apostas em uma alta dos preços do petróleo desde julho de 2014 depois que o grupo não conseguiu concordar com cotas para cada país-membro nas negociações de 28 de outubro em Viena.

O rali posterior ao acordo preliminar da Organização de Países Exportadores de Petróleo no fim de setembro desapareceu porque se acumulam dúvidas sobre a capacidade da Opep para implementar os primeiros ajustes de produção em oito anos na cúpula de 30 de novembro.

“O mercado passou de aceitar a promessa da Opep ao pé da letra a questionar se ela conseguirá chegar a algum tipo de acordo”, disse Tim Evans, analista de energia da Citi Futures Perspective em Nova York.

Além de diminuir posições compradas no West Texas Intermediate, na semana encerrada em 1 de novembro, os gestores de recursos incrementaram suas posições de venda, ou seja, apostas em uma queda dos preços, mostram dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês). A posição líquida comprada resultante caiu 13 por cento.

Ameaça

Os preços recuaram para menos de US$ 44 por barril em 4 de novembro, quando a Reuters informou que a Arábia Saudita ameaçou aumentar a produção se outros membros não concordavam com reduzi-la.

As perdas diminuíram quando o secretário-geral da Opep, Mohammed Barkindo, disse que o reino não fez a ameaça.

O Goldman Sachs Group vê poucas probabilidades de um acordo ser atingido na reunião de 30 de novembro, enquanto que o Bank of America Merrill Lynch e o Citigroup dizem que isso é provável.

A Arábia Saudita e a Rússia “têm fome de acordo”, disse Ed Morse, diretor de pesquisa sobre commodities do Citigroup, em entrevista por telefone em 3 de novembro.

Mas o crescimento da produção dificultará aos exportadores de petróleo o cumprimento do pacto de Argel para reduzi-la, disse Morse. Ela terá que se contrair 1 milhão de barris por dia por causa da maior oferta da Líbia e da Nigéria.

Recorde

Os 14 países-membros da Opep extraíram o recorde de 34,02 milhões de barris diários em outubro, segundo estimativas da Bloomberg.

A Rússia levou a produção de petróleo para 11,2 milhões de barris por dia, um recorde na era pós-soviética, segundo a unidade CDU-TEK do Ministério da Energia.

O rápido crescimento dos estoques de petróleo bruto nos EUA piorou a forte queda dos preços.

Os estoques atingiram o recorde de 14,4 milhões de barris na semana encerrada em 28 de outubro, mostram dados da Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA, na sigla em inglês).

A posição comprada dos administradores de recursos no WTI perdeu 28.098 futuros e opções e totalizou 296.654, o patamar mais baixo desde julho, afirmou a CFTC. As posições vendidas cresceram 11 por cento.

“Eu ainda acredito que eles possam chegar a um acordo porque eles sabem que a alternativa – um fracasso miserável – terá impacto significativo nos preços”, disse Sarah Emerson, diretora administrativa da ESAI Energy, uma consultoria em Wakefield, Massachusetts.

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