Levantamento do Estadão mostrou 126 casos de descumprimento judiciais desde maio de 2023 (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de Invest
Publicado em 22 de janeiro de 2024 às 14h21.
Última atualização em 22 de janeiro de 2024 às 16h21.
As ações da Hapvida (HAPV3) lideram as quedas do Ibovespa desta segunda-feira, 22. Desde a última semana, os papéis têm sido afetados por notícias de que a companhia seria alvo de investigações do Ministério Público — fato que foi confirmado pela própria.
Por volta das 14h15, as ações HAPV3 caiam 4,73%, cotadas a R$ 3,83. Mas essa não é a maior queda da companhia de planos de saúde. Na quinta-feira, quando o Estadão revelou que a Hapvida NotreDame é alvo de investigação do Ministério Público de São Paulo (MPE-SP) devido ao descumprimento sistemático de decisões judiciais aos beneficiários, os papéis encerraram o pregão com baixa de 6,98%.
Na sexta-feira, 19, as ações conseguiram uma leve recuperação, fechando com alta de 0,5%, porém foi depois do fechamento do mercado que a Hapvida confirmou, por meio de fato relevante, que tomou conhecimento do procedimento investigatório em tramitação. “Já tendo obtido acesso aos autos, e que irá contribuir e prestar ativamente os esclarecimentos necessários de forma tempestiva mantendo sua prática de estrita colaboração, apreço e respeito ao Poder Judiciário.”
O levantamento feito pelo Estadão considerou os processos abertos nos últimos oito meses no Foro Central Cível da cidade de São Paulo. Segundo a reportagem, o descumprimento de decisões judiciais teriam aumentado desde a fusão entre a Hapvida e a NotreDame, em 2022, tendo sido contabilizados 126 casos de descumprimento desde maio de 2023.
Apesar dos noticiários, a Hapvida permanece como a principal escolha em healthcare do Santander. Em relatório divulgado nesta segunda-feira, o banco espera que a empresa mantenha o foco contínuo na rentabilidade, por meio de aumentos de preços mais elevados a curto prazo, e investimentos para aumentar a verticalização.
“Para 2024, projetamos um aumento de preço de 10,6% em relação ao ano anterior, o que acreditamos ser suficiente para impulsionar uma melhoria de 250 pontos base na medical loss ratio (MLR) em relação ao ano anterior, para 69,4% neste ano”, dizem os analistas.